18/10/2010 - 7:28
O Partido Comunista chinês consolidou nesta segunda-feira seu papel determinante no desenvolvimento da China, que deve manter o ritmo “relativamente rápido” nos próximos cinco anos, posicionando o vice-presidente Xi Jinping para a sucessão do atual chefe de Estado Hu Jintao.
A renovação política, com a quinta geração de dirigentes comunistas – depois de Mao Tse Tung, Deng Xiaoping, Jiang Zemin e Hu Jintao – ocupou lugar de destaque nos quatro dias da plenária do PCC, que terminou nesta segunda-feira com a nomeação de Xi Jinping para o cargo de vice-presidente da Comissão Militar Central (CMC).
Este movimento torna o atual vice-presidente sucessor lógico do presidente Hu Jintao em 2013.
Xi, de 57 anos, é desde 2007 membro do Comitê Permanente do Bureau Político do PCC, grupo de nove homens que dirige a China.
O fato de que Xi não foi nomeado para integrar a CMC na plenária de 2009 intrigou os especialistas; alguns chegaram a questionar a acuidade das previsões que o apontavam como futuro número um.
Desde então, este político com valorizados antecedentes familiares – é filho de Xi Zhongxun, aclamado revolucionário comunista e companheiro de Mao – gerou crescente interesse na imprensa.
Se assumir a chefia de Estado, deve ser acompanhado por Li Kenkiang, primeiro vice-primeiro-ministro e provável sucessor do atual premier Wen Jiabao.
A plenária do Partido Comunista foi realizada em meio a um incomum contexto de pressões pela democratização do país, tanto internas quanto externas, provocadas pela concessão do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente Liu Xiaobo, que deu força aos reformistas dentro do próprio PCC.
Ao fim de acalorados debates entre seus quase 370 membros, realizados a portas fechadas, o Comitê Central reafirmou que o papel dirigente do partido é uma “garantia fundamental” para o desenvolvimento da China, segundo informações da agência oficial Xinhua.
“O papel dirigente do Partido Comunista Chinês é a garantia fundamental de que a China conseguirá realizar seus objetivos de desenvolvimento econômico e social durante os próximos anos”, afirma um comunicado divulgado após o término da plenária.
Os membros do comitê central querem “trabalhar para melhorar a capacidade do partido para dirigir” o país, indica o documento, destacando a necessidade de reforçar sua “competência” em matéria de desenvolvimento econômico e social.
Além disso, a China quer avançar rapidamente nas “reestruturações econômicas”, e marcha em direção a um “crescimento estável e relativamente rápido, uma meta chave para os próximos cinco anos”, depois dos 9,1% registrados no ano passado.
Ainda de acordo com a Xinhua, o comunicado do PCC defende um “aumento da renda”, além do “reforço da segurança social” e da “aceleração da reforma e do desenvolvimento do setor de saúde”.
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