17/06/2011 - 21:00
Em 12 meses, o Ibovespa acumula baixa de 4,4% e há várias pechinchas no pregão. Mas cuidado: os baixos preços podem cair ainda mais. Saiba quais papéis os especialistas dizem estar muito baratos. A lista mostra a oscilação em 12 meses até 15 de junho.
Petrobras PN. Queda em 12 meses: 16,5%
A estatal está sempre presente nas recomendações por apresentar fortes resultados. “A queda afetou bastante as cotações, mas a empresa tem boas perspectivas”, diz Edison Marcellino, sócio da E2M Investimentos. Analistas lembram que, por ser muito negociada, ela será uma das primeiras a subir quando o humor dos investidores melhorar.
Vale PNA. Alta em 12 meses: 5,8%
A saída de Roger Agnelli da presidência e a discussão sobre o pagamento de cerca de R$ 4,5 bilhões em royalties pressionaram a ação. No entanto, segundo os analistas da corretora Planner, os fundamentos continuam fazendo da companhia uma boa aposta.
Itaú Unibanco PN. Alta em 12 meses: 3,8%
Bradesco PN. Alta em 12 meses: 15,1%
Os papéis do setor bancário continuam no topo das preferências. “Os bancos lá fora sofreram com a crise, mas os brasileiros foram poupados”, diz Marcellino. Eles podem subir quando o mercado melhorar.
Gerdau PN. Queda em 12 meses: 35,6%
“A empresa sofreu muito, principalmente pelo cenário externo e pelo preço das commodities”, diz Fausto Gouveia, economista da Legan Asset Management. Apesar disso, a siderúrgica gaúcha tem bons fundamentos e pode ser beneficiada pela demanda interna.
M. Dias Branco ON. Alta em 12 meses: 7,6%
A empresa de alimentos tem pouca exposição ao câmbio e ao mercado externo e os fundamentos apontam para um bom crescimento, que deve refletir nos papéis. “Mesmo um aperto inflacionário não afetaria os resultados”, avaliam os analistas da corretora Planner.
Quem vem lá
Technos: a hora de lançar ações se aproxima
A fabricante de relógios Technos agendou o lançamento de suas ações na Bolsa no dia 1º de julho. Enquanto essa hora não chega, a companhia estima que o preço por ação seja estabelecido entre R$ 16,50 e R$ 20,50. Se a operação ficar no teto das previsões, a emissão poderá totalizar R$ 673 milhões. A companhia pretende lançar 24,3 milhões de ações, sem contar os lotes suplementar e adicional.
Fique de olho: A companhia destinará 53,5% dos recursos captados para financiar seu plano de crescimento, incluindo aquisições no Brasil ou no Exterior.
Educação financeira
O livro Livre-se das Dívidas vai além das tabelas para organização do orçamento familiar. Antes de partir para a prática e ensinar a cortar gastos, Reinaldo Domingos busca a origem do problema em questões como a compulsão por compras. O autor aborda os casos de dívidas mais comuns, como o financiamento de um imóvel acima das possibilidades de pagamento, e ensina formas de escapar da armadilha da inadimplência. (Ed. DSOP, R$ 29,90)
Destaque no pregão
Sinal vermelho para a ALL
O Ministério Público Federal (MPF) quer investigar o setor ferroviário brasileiro. O órgão pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a revisão de todos os contratos de concessão e arrendamento que envolvam o segmento. A primeira companhia a ser investigada, a pedido do Ministério, é a América Latina Logística (ALL), grupo que explora a concessão da maior parte da malha do País. O MPF também pede que o TCU analise o volume de bens móveis e imóveis arrendados devolvidos pela ALL e efetivamente recebidos pela extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) ou pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A ALL assumiu ativos da malha da RFFSA em 1997, obtendo concessões de 30 anos para o transporte público de cargas. Em nota, a companhia afirma que atua conforme as regras do contrato de concessão.
Touro x Urso
O Ibovespa segue ladeira abaixo, na casa dos 60 mil pontos, patamar semelhante ao de quatro anos atrás. A predominância de investidores que apostam na baixa se dá basicamente pelas condições ruins do mercado internacional. Os repetidos sinais de que a Grécia não conseguirá pagar suas dívidas não param de assombrar o mercado.Nesta semana, abreviada devido ao feriado no Brasil, os principais indicadores serão o IPCA-15, na terça-feira 21 e o nível de emprego de maio, na quarta-feira 22.
Mercado em números
Itaú Unibanco
US$ 500 milhões - É quanto o Itaú Unibanco Holding captou por meio de uma emissão internacional na quinta-feira 15 . O vencimento dos títulos está previsto para 2021.
Bradesco
R$ 624,2 milhões – É quanto o Bradesco propôs aos seus acionistas pelo pagamento de juros sobre capital próprio relativo ao primeiro semestre de 2011. Se a proposta for aprovada, os acionistas receberão R$ 0,14 por ação preferencial.
Pão de Açúcar
R$ 570 milhões - É o valor aproximado de 8,6 milhões de ações do Grupo Pão de Açúcar, quantidade de ações que foi comprada pela rede francesa Casino na quarta-feira 15. A companhia passa a deter 37% do capital da brasileira.
Renner
R$ 300 milhões – É quanto a Lojas Renner irá captar por meio da emissão de 30 mil debêntures simples. Os recursos serão utilizados para melhorar a estrutura de capital.
Hypermarcas
R$ 35 mihões – É o valor pelo qual a Hypermarcas vendeu a totalidade de sua participação na PED Distribuidora de Produtos Farmacêuticos para a Amgen Brasil Biofarmacêutica, subsidiária brasileira do grupo americano Amgen.
Pelo mundo
J.C. Penney contrata ex-executivo da Apple e ações disparam
Após o anúncio da contratação de Ron Johnson para o cargo de CEO a partir de novembro, os papéis da varejista americana J.C. Penney subiram 17% na terça-feira 14, dia do anúncio. Egresso da Apple, o executivo foi responsável pela estratégia de expansão da rede varejista da empresa.
Ericsson compra Telcordia por US$ 1,15 bilhão
A Ericsson anunciou a compra da desenvolvedora de tecnologias móveis americana Telcordia por US$ 1,15 bilhão. A companhia sueca afirmou que a operação permitirá aumentar sua presença nos Estados Unidos. A expectativa é de que o negócio seja concluído até o fim do ano e afete os resultados a partir do primeiro trimestre de 2012.
Best Buy lucra menos
A varejista Best Buy lucrou US$ 136 milhões no primeiro trimestre fiscal do ano, encerrado em maio, resultado 12% inferior ao mesmo período de 2010. Liquidações realizadas nas lojas dos Estados Unidos motivaram a queda.
Personagem
CCDI aperta o cinto
A incorporadora Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) está de olho nos custos. No primeiro trimestre de 2011, as vendas contratadas subiram 64,1% em relação ao mesmo período de 2010 e os lançamentos avançaram 17%. No entanto, o aumento das despesas fez a empresa lucrar 82,6% menos. Ao reduzi-las, a CCDI pode ter números melhores, a partir de 2012, diz o diretor de relações com investidores, Ian de Andrade. Ele conversou com a DINHEIRO:
Ian de Andrade, diretor de RI da CCDI: terrenos menores e projetos mais simples
Quais são as expectativas da companhia para 2011?
O primeiro trimestre é um bom indicador do que vai acontecer ao longo do ano. As vendas foram aquecidas, em abril e em maio superamos todas as metas internas de vendas. Não vemos razões para que este cenário mude até dezembro. Em 2011, vamos entregar 6.000 unidades concluídas, o dobro do que entregamos em nossos três anos de vida, de 2007 a 2010. Apesar da demanda aquecida, porém, percebemos uma pressão cada vez maior nos custos de construção.
O que fazer para driblar essa alta?
Temos tomado várias providências para reduzir os custos. Paramos de terceirizar obras desde o ano passado. Também padronizamos nossos empreendimentos, optando por terrenos menores e projetos mais simples em termos de construção e engenharia. Nosso objetivo é reduzir o tempo entre o lançamento e a venda das unidades.
Qual será o reflexo dessas medidas nos resultados financeiros?
O resultado financeiro não deve mudar em 2011. Os números só começarão a melhorar a partir do ano que vem. A gestão de custos já está exercendo seus efeitos, mas, como demoramos um ano para contabilizar a receita dos novos projetos, ainda vai levar algum tempo para essas mudanças aparecerem nos resultados.
Como o sr. vê a liquidez das ações da CCDI?
A liquidez poderia ser maior e o papel está sendo negociado com desconto. Esse movimento reflete uma percepção que os investidores tinham da companhia há dois ou três anos, quando ela sofreu as dores do crescimento. Hoje, a CCDI sabe o que está fazendo e vive um bom ciclo de entregas. Acaba sendo uma oportunidade para o investidor entrar no papel. O nome Camargo Corrêa atrai investidores.
com Caio Moretto, Juliana Schincariol e Lilian Sobral