18/06/2025 - 13:02
Nas horas que antecederam os primeiros ataques aéreos de Israel contra o Irã, em 13 de junho, havia sinais sutis de que uma operação militar era iminente. Um pico nos pedidos de pizza nos arredores do Pentágono pode ter sido um deles.
A análise é do Pentagon Pizza Report (Relatório sobre Pizza no Pentágono, em tradução livre do inglês), uma conta que viralizou na plataforma X ao se dedicar à análise de dados do Google sobre a demanda por pizza na região do quartel-general da Defesa americana, no estado da Virgínia.
O perfil é definido como um “monitoramento de código aberto da atividade de pizzarias no Pentágono (e em outros lugares)”, e cunhou o que chama de “índice pizza”. O indicador parte da premissa de que, com um evento de grande impacto geopolítico à vista, oficiais precisam esticar o expediente para acompanhar seus desdobramentos, aumentando a demanda por comida de delivery, especialmente pizza.
- Às 18h59 do dia 12 de junho (horário do leste dos EUA), momentos antes do início da ofensiva israelense, “quase todas as pizzarias próximas ao Pentágono experimentaram um ENORME aumento na atividade”, segundo publicação na conta.
- Às 23h55 (horário em que a maioria dos restaurantes já havia fechado), um restaurante para viagem que fica aberto até meia-noite apresentou outro pico súbito de atividade, ficando “mais movimentado do que o normal”.
- Sem limitar sua análise à pizza, a conta observou que um bar gay perto do Pentágono tinha “tráfego estranhamente baixo para uma quinta-feira à noite” e afirmou que isso provavelmente indicava “uma noite movimentada no Pentágono”.
Padrões de consumo durante crises geopolíticas
Além dos funcionários do Pentágono, o “Pentagon Pizza Report” constata que funcionários do Departamento de Estado e da Casa Branca permanecem no escritório até tarde da noite sempre que ocorre um grande evento envolvendo os Estados Unidos no cenário internacional. Isso leva a um aumento nos pedidos de comida para viagem em Washington e arredores.
Embora longe de ser científico, o “índice pizza” não é algo “inventado pela internet”, observou no início do ano o site especializado em gastronomia The Takeout. De acordo com o veículo, as pizzarias próximas ao Pentágono também ficaram muito mais movimentadas do que o normal durante o ataque com mísseis de Israel ao Irã em 2024, já que há “uma infinidade de restaurantes de fast-food no complexo do Pentágono, mas nenhuma pizzaria”.
As entregas de pizza ao Pentágono teriam dobrado pouco antes da invasão americana ao Panamá, em dezembro de 1989, e aumentado novamente antes da Operação Tempestade no Deserto, contra o Iraque, em 1991.
O governo americano nega que tenha participado dos ataques até o momento, mas admitiu que estava por dentro das intenções de Israel. O presidente Donald Trump disse ao Wall Street Journal que estava plenamente ciente da campanha de bombardeios, que Israel considera necessária para pôr fim ao programa nuclear iraniano: “Sabemos o que está acontecendo.”
Sinais de alerta antes do conflito
Para o restante dos americanos, o fluxo de pizzas de pepperoni não era o único indício de que algo estava prestes a acontecer.
Washington já havia anunciado que estava transferindo alguns diplomatas e suas famílias para fora do Oriente Médio na quarta-feira.
E cerca de uma hora antes de Israel liberar seu poder de fogo contra o Irã, o embaixador dos EUA em Jerusalém, Mike Huckabee, publicou uma mensagem bastante reveladora no X: “Em nossa embaixada em Jerusalém, monitorando de perto a situação. Ficaremos aqui a noite toda. ‘Rezem pela paz de Jerusalém!'”