Moradores da cidade de Santos, no litoral paulista, tem se deparado com dezenas de animais mortos nas praias. Algumas figuras assustadoras, similares a cobras, por exemplo, tem sido avistadas nas areias da costa da baixada santista. O fenômeno está sendo observado por cientistas.

Os animais são, em sua maioria, inofensivos, mas acabam assustando banhistas e causando pânico na população, pouco familiarizada com animais como os congros. Os congros ou safios são um tipo de peixe que costuma viver nas profundezas do mar e possuem aspecto similar ao de uma cobra.

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Peixe similar a uma cobra foi encontrado em areias santistas

Dezenas de congros foram vistos nas areias de Santos. A única justificativa para que esse peixe tenha aparecido em tamanha quantidade na costa da baixada santista é um tipo de pesca. De acordo com os especialistas, a pesca de arrasto é a principal responsável pelo aparecimento destes animais nas praias.

“Aqui tem bastante pesca de arrasto. No retorno para o Mercado de Peixes eles [pescadores] vão descartando os peixes que não interessam. Os que sobrevivem acabam parando em nossas praias”, disse o especialista em biologia Douglas Rey ao portal do G1 da Baixada Santista.

Risco à vida marinha

A pesca de arrasto consiste na prática de colocar redes muito profundas no mar. Os pescadores arrastam essas redes enormes e recolhem os peixes para consumo. Os animais que não lhe renderão dinheiro são descartados no meio do caminho.

Esse tipo de extrativismo é considerado bastante perigoso para a vida marinha e é desencorajado por autoridades ambientais.

“Os alvos do arrasto mudam ao longo do tempo conforme disponibilidade de recursos e correntes marinhas. Muitos peixes pequenos e sem valor comercial são capturados devido à grande variedade de espécies de países tropicais. Inúmeros animais morrem afogados no convés ou esmagados nas redes. Poucas espécies resistem até voltar ao mar”, explica Marcelo Vianna, pós-doutor em Oceanografia pela Universidade Federal de Rio Grande e chefe do Departamento de Biologia Marinha da Universidade Federal do Rio de Janeiro ao site O Eco.