22/11/2022 - 18:28
O médico Anthony Fauci instou nesta terça-feira (22), e pela última vez na Casa Branca, os americanos a se vacinarem contra a covid-19, antes de deixar o cargo em dezembro como assessor do presidente Joe Biden sobre a pandemia.
“Por favor, por sua segurança e a de sua família, atualizem o reforço contra a covid-19 assim que estiverem elegíveis”, disse o imunologista de 81 anos, em sua “mensagem final” no púlpito da sala de imprensa da Casa Branca.
Uma dose de reforço voltada especificamente para a variante ômicron está autorizada desde agosto nos Estados Unidos, mas apenas 35 milhões de americanos, 11% da população elegível (a partir dos 5 anos), receberam a vacina até agora.
A Casa Branca, que insiste que a vacinação contra a covid-19 agora será anual, como acontece com a gripe, lançou nesta terça-feira uma “corrida” de seis semanas para convencer mais americanos a arregaçarem as mangas antes do final do ano.
As autoridades temem uma onda de contágios durante o inverno do Hemisfério Norte, alimentada pela temporada de festas de fim de ano, no momento em que o país também enfrenta uma epidemia de influenza e do vírus respiratório VSR.
De acordo com um novo estudo realizado nesta terça pelas autoridades sanitárias, a dose de reforço contra a covid-19, chamada “bivalente” porque é voltada contra a variante ômicron e também contra a cepa original do vírus, reduz efetivamente o risco de desenvolver a enfermidade: aproximadamente 30% quando aplicada dois ou três meses depois da dose anterior.
“Quando vejo que as pessoas neste país não se vacinam, por divisões e desavenças ideológicas, por razões que não têm nada a ver com a saúde pública, como médico, isso me machuca”, disse Fauci.
Assessor do presidente republicano Donald Trump antes do democrata Biden, Fauci se viu imerso em incontáveis controvérsias, justo ele que sempre tentou se manter afastado da política. Em 2020, neste mesmo púlpito da Casa Branca, corrigiu de forma cortês o presidente Trump em diversas ocasiões.
“A forma de combater a desinformação é fazer o possível, com a maior frequência possível, para oferecer informações corretas”, disse Fauci nesta terça.
A covid representará apenas “um pedaço” de sua carreira, ressaltou o médico, cuja luta contra a epidemia de aids é reconhecida mundialmente.
Fauci também deixará em dezembro o cargo de diretor do Instituto Nacional de Doença Infecciosas, que ocupou por 38 anos. “O que eu gostaria que as pessoas lembrassem é que todos os dias, durante todos esses anos, dei tudo o que tinha”, concluiu.