O Exército dos Estados Unidos anunciou que está pronto para aceitar em suas fileiras os militares abertamente homossexuais pela primeira vez na história do país, depois que uma juíza ordenou o fim da controversa lei que proibia seu recrutamento.

No entanto, o Pentágono advertiu aos possíveis novos recrutas que a decisão de pôr fim à controvertida política “Não pergunte, não fale” nas Forças Armadas poderá ser revertida.

“Foi instruído aos recrutadores que tramitem os pedidos dos aspirantes que são abertamente gays ou lésbicas”, afirmou a porta-voz Cynthia Smith, orientando os recrutadores a lembrar aos solicitantes que a decisão judicial poderá ser revertida

“Durante este período transitório de incerteza, os membros do Exército não devem assumir e os recrutas devem ter precaução se decidirem se inscrever”, afirmou Aubrey Sarvis, diretor executivo da rede de defesa legal dos recrutas e um veterano do Exército.

Uma juíza federal dos Estados Unidos confirmou na terça-feira a decisão que acaba com a proibição de homossexuais nas Forças Armadas, rejeitando os argumentos dos advogados do governo.

A juíza Virginia Phillips concluiu que o Departamento de Justiça não conseguiu apresentar um caso convincente para derrubar a decisão da semana passada que suspende a polêmica política adotada pelas Forças Armadas sobre a orientação sexual de seus efetivos.

A decisão da juíza Phillips, da Corte Federal da Califórnia, ocorreu horas após o Pentágono anunciar que aceitará o ingresso nas Forças Armadas de pessoas declaradamente homossexuais.

O governo dos Estados Unidos havia anunciado na quinta-feira passada, dois dias após a decisão da Corte Federal da Califórnia, que apelaria da sentença.

A política conhecida por “Don’t Ask, Don’t Tell” prevê a baixa de qualquer militar que se declare abertamente homossexual.

Segundo seus críticos, a lei viola os direitos dos homossexuais militares e afeta a segurança nacional privando as forças armadas de mais de 14 mil efetivos.

“Nenhum dos fatores que a Corte considera viáveis” foi encontrado para se “justificar uma suspensão” da decisão da semana passada, destaca a juíza Phillips.

As autoridades americanas “tiveram a oportunidade de apresentar provas para tentar derrubar a decisão” precedente, “mas não o fizeram”, escreve Phillips em sua sentença.

O presidente Barack Obama já determinou um amplo estudo sobre as consequências do fim da proibição de homossexuais declarados nas Forças Armadas, o que deve servir de base para futuras disposições.

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