O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), principal entidade do setor de óleo, gás e biocombustíveis, classificou de positiva a concessão da licença do Ibama para a Petrobras perfurar um poço exploratório em águas profundas na bacia da Foz do Amazonas, destacando que o país poderá “conhecer melhor o potencial de suas reservas” de petróleo e gás natural na região e sua viabilidade econômica.

“Esta é uma decisão importante que permitirá ao país conhecer melhor o potencial de suas reservas, apoiando a segurança energética e o desenvolvimento socioeconômico da Região Norte”, disse, em nota, o presidente do IBP, Roberto Ardenghy.

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O IBP destaca que o poço que será perfurado está no bloco FZA-M-059, localizado em águas profundas do Amapá, a 500 km da foz do rio Amazonas e a 175 km da costa, na Margem Equatorial brasileira.

“O IBP entende ser essencial desenvolver atividades de exploração em novas fronteiras, como a Margem Equatorial, diante do declínio natural esperado da produção das duas principais áreas produtoras (as Bacias de Campos e de Santos) partir da década de 2030”, afirmou o instituto.

A nota cita estudo da EPE, que aponta que e a Margem Equatorial apresenta um potencial estimado pela ANP em 30 bilhões de barris de óleo equivalente.

A decisão foi tomada às vésperas da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, e gerou protestos de ambientalistas e representantes da sociedade civil, que alertam para os riscos à biodiversidade marinha da região amazônica.

“O IBP reitera que o desenvolvimento destas atividades deve ocorrer sempre com total segurança e respeito ao meio ambiente. A indústria de óleo e gás brasileira possui um histórico robusto de operações seguras, que seguem todos os rigorosos requisitos técnicos e de segurança exigidos pelos órgãos reguladores e ambientais e é reconhecido internacionalmente”, acrescentou.

A nota diz ainda que a confirmação do potencial da região trará enormes benefícios socioeconômicos para o Brasil, com e que resultará em um aumento significativo da arrecadação de royalties, participações especiais e tributos, hoje na ordem de 300 bilhões de reais/ano e que poderão ser investidos em políticas públicas essenciais para o país.

Notícia positiva para leilão na quarta-feira

A concessão da licença ambiental para a Petrobras na Bacia da Foz do Amazonas deve contribuir para elevar o interesse no leilão de áreas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), marcado para quarta-feira, disse à Reuters o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy.

“O leilão desta semana envolve áreas nas bacias de Campos e Santos, mas a licença na Foz cria um ambiente positivo e favorável para o Brasil”, afirmou Ardenghy.

O Brasil ofertará sete novos blocos exploratórios de petróleo e gás natural no próximo leilão do pré-sal, sob modelo de partilha de produção, mas áreas da Margem Equatorial, como a Foz do Amazonas, não foram incluídas.

“A notícia impacta positivamente os leilões de áreas de petróleo programados pela ANP e reforça o papel do Brasil como produtor relevante de energia no contexto mundial”, disse.