Em 2017, a vinícola Casa Perini, de Farroupilha (RS), ganhou espaço no noticiário internacional por um feito inédito. Naquele ano, seu espumante Moscatel foi eleito o quinto melhor vinho do mundo no ranking elaborado pela Associação Mundial de Escritores e Jornalistas de Vinhos e Destilados (World Association of Writers & Journalists of Wines & Spirits, em inglês). Poderia ser apenas mais uma conquista na longa trajetória de premiações da família Perini, que acumula mais de uma centena de medalhas em concursos internacionais. Só que a lista da WRW&S não é qualquer uma. Ela nasce a partir de um conjunto de avaliações de peso em diversos países, caso do International Wine Challenge e do Decanter Wine Awards (Inglaterra), La Mujer Elige (Argentina) e Selectiones Mondiales des Vins (Canadá), entre outros.
Para muitos críticos, estabelecer uma lista de melhores vinhos do mundo é algo bastante duvidoso, mas para a Casa Perini obter o quinto lugar validou a qualidade de seu trabalho com a uva Moscato, variedade que tornou a região de Farroupilha uma Indicação de Procedência (IP) reconhecida Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV). Se a excelente colocação no ranking elevou a procura pelo rótulo Moscatel a ponto de ele desaparecer das prateleiras por um tempo, também ofuscou outros vinhos que a família

Perini elabora a partir de experimentações em pequenas parcelas de seus vinhedos e na própria vinificação. É esse o caso da linha Fração Única, que nasceu em 2011 depois de 11 anos de implantação do Projeto Vinhedos, com mudas certificadas de Cabernet Sauvigon, Merlot e Chardonnay. “O termo Fração Única se refere a uma parcela do vinhedo na qual reduzimos a quantidade para aumentar a qualidade”, afirmou Pablo Perini, responsável pelo marketing da empresa familiar. “São plantas de raízes profundas, com mais vigor e que produzem uvas de maior concentração”.

Depois dos bons resultados com as três variedades, foram implementadas as uvas Cabernet Franc (em 2015), Pinot Noir (2018) e Tannat (2021). “Todos os vinhos são de corte, pois usamos um blend de barricas de carvalho francês e americano, onde é iniciada a fermentação malolática”, disse Perini, referindo-se à conversão de ácido málico (mais pungente) em lático (mais suave), o que reduz a acidez e gera uma sensação amanteigada na boca. É isso que se observa não só na linha Fração Única como em duas das novidades que revelam o atual estágio de sofisticação da Casa Perini: o rosado Drella (Cabernet Franc, Merlot e Barbera) e o ícone Benildo Perini Vintage Blend, homenagem ao patriarca da família e que combina cinco variedades de três safras. Um rótulo de alta gama e que vale os R$ 350 pedidos no e-commerce da vinícola.