10/03/2025 - 11:17
O perito forense Ricardo Molina de Figueiredo, de 73 anos, conhecido pela sua atuação no caso PC Farias, foi levado para uma delegacia na noite de sábado, 8, após uma briga com sua atual esposa. Durante a confusão, ele teria colocado fogo em pertences pessoais, causando um princípio de incêndio na residência do casal, no bairro Caminhos de São Conrado, em Campinas, interior de São Paulo.
Molina foi liberado após prestar depoimento. O caso é investigado pela Polícia Civil. A reportagem não conseguiu falar com Molina e ainda tenta contato com a sua defesa.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a Polícia Militar foi acionada pelos seguranças do condomínio onde o perito e sua mulher moram para averiguar um suposto caso de violência doméstica. O relato dos seguranças dava conta de que o casal brigava e o homem estava com uma arma branca em uma das mãos.
Ao entrarem na casa, os policiais deram socorro à mulher, que estava isolada em um cômodo da casa. No atendimento, eles sentiram cheiro de queimado e viram que o perito estava ateando fogo em pertences pessoais, como roupas e papéis, em outro cômodo. Os policiais fizeram o controle das chamas e apreenderam um canivete que estava com o perito. Eles verificaram também que Molina estava com ferimentos no pé, após pisar em cacos de vidro, espalhados pelo chão.
Os dois receberam atendimento médico em unidades hospitalares e, depois de serem liberados, foram levados para a delegacia da Polícia Civil, onde foram ouvidos. O caso foi registrado como violência doméstica e contravenções penais pela Delegacia da Defesa da Mulher de Campinas, que investiga o ocorrido por meio de inquérito. Conforme a SSP, as diligências seguem para elucidar os fatos.
Histórico de violência doméstica
Em abril de 2023, Ricardo Molina foi acusado publicamente pela então esposa, Janine Jansen, de violência doméstica, psicológica e patrimonial. Na época o casal estava em processo de separação. Vídeos postados pela mulher registram o momento em que o perito quebra vidros de uma porta, urina em cima de uma Bíblia e joga roupas e maquiagens pela janela. Ela é chamada de ‘piranha’, ‘vagabunda’, ‘interesseira’ e ‘traidora’.
Na ocasião, o perito disse ao Estadão que a discussão começou em um momento em que eles tentavam reatar o casamento, mas Molina teria descoberto uma traição da ex-mulher, o que ela nega. A versão dela é que o ex-marido manteve casos extraconjugais ao longo do casamento. Molina negou as traições e também as agressões.
Ricardo Molina, que é ex-professor da Universidade de Campinas (Unicamp), ficou conhecido nacionalmente por ter atuado em casos emblemáticos, como no assassinato do empresário Paulo César Farias, o PC Farias, morto em 1966. Farias foi tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor, que deixou o Palácio do Planalto em 1992, quando sofreu um processo de impeachment. Molina atuou também no acidente de avião que matou os integrantes da banda Mamonas Assassinas, em 1996.