O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, afirmou, nesta terça-feira, 27, que a entidade recebeu com “grande atenção” a troca na direção-geral da Polícia Federal. O recém-empossado ministro da Defesa Raul Jungmann anunciou que o cargo será ocupado por Rogério Galloro, após a demissão de Fernando Segovia.

“Processos de mudança são naturais no âmbito da administração pública. É imprescindível, entretanto, que qualquer ação nesse sentido ocorra de forma a garantir que a instituição continue funcionando de acordo com o interesse público, livre de pautas corporativas e de pressões políticas, que não devem, sob nenhuma hipótese, influenciar o trabalho investigativo e a produção isenta da prova material, com a devida autonomia técnica, científica e funcional à perícia criminal federal”, diz a APCF.

Para o presidente da entidade, a “criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, ao qual a Polícia Federal agora está vinculada, parece ser uma medida adequada às necessidades urgentes do combate ao crime, como maior integração entre as polícias e desenvolvimento de ações de inteligência”.

“É preciso haver, independentemente do servidor que ocupe o cargo de diretor-geral, o comprometimento com essas ações e também com o contínuo desenvolvimento científico do órgão”, ressalta.

Durante os quatro meses em que permaneceu no cargo, Fernando Segovia protagonizou episódios polêmicos. No momento de maior crise, Fernando Segovia teve que se explicar ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, uma declaração à agência Reuters.

A fala de Segovia sugeria que a tendência da Polícia Federal era recomendar o arquivamento do inquérito contra o presidente Michel Temer, no caso do Decreto dos Portos. O delegado afirmou ainda que poderia abrir investigação interna para apurar a conduta do delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pelo inquérito.