A vereadora do Recife pelo PT, Marília Arraes, reafirmou nesta quinta-feira, 2, que “será candidata ao governo de Pernambuco” nas eleições 2018 e que isso não configura um posicionamento “subversivo” nem afronta à hierarquia do partido. A declaração da petista foi dada momentos antes do encontro estadual do PT, em um hotel da zona sul do Recife, que vai definir nesta tarde o posicionamento do diretório nas eleições no Estado.

“Pernambuco vai ter uma governadora do PT sim. Estamos aqui para decidir o futuro de Pernambuco depois de mais de um ano de construção. Nós respeitamos os pensamentos divergentes, mas é preciso respeitar também o desejo das bases do PT e do povo pernambucano”, disse Marília acompanhada de aplausos da militância do partido.

A afirmação contraria não só a Executiva Nacional, que na quarta-feira decidiu pela retirada de sua candidatura em prol do apoio à reeleição do governador Paulo Câmara (PSB), como também o posicionamento da direção local da legenda, que já se pronunciou pelo cumprimento da decisão da cúpula.

A petista voltou a atacar o PSB a quem chamou de “falsa esquerda” e acusou Câmara de querer explorar o potencial eleitoral de Lula. “Esse nosso projeto é o projeto de Lula. É o único palanque capaz de dar o apoio político ao projeto do ex-presidente”, afirmou.

A vereadora afirmou que o PSB pratica chantagem contra o PT. “Não adianta mais tentar unir a esquerda por meio de chantagem. É o que o PSB está fazendo. O PSB chantageia o PT”, disse. Em seu discurso, hoje, a vereadora lembrou que o PSB liberou seus deputados para votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e chamou o partido de “falsa esquerda”.

“É necessário resgatar a esquerda para o protagonismo da política em Pernambuco, não uma falsa esquerda, uma esquerda que vai para o lado da direita quando é oportuno e depois volta para a esquerda quando é melhor”, disse ela.

O encontro estadual do PT estava marcado para às 17h, mas ainda sem o quórum mínimo de 151 delegados – o mesmo número é necessário para aprovar a posição. Marília apelou aos militantes que ligassem para os delegados que ainda não tinham chegado ao local do evento. “O que está em jogo agora é o posicionamento de um campo político. Temos a necessidade de resgatar e devolver o protagonismo da esquerda em Pernambuco, mas sem fazer chantagens, que é o que o PSB está fazendo com o PT”, declarou.