24/07/2009 - 7:00
Boa forma: Ximenes (de luvas) e os sócios, Renata e Newton, abrem a Fitness Together em agosto
Há dois anos, o empresário Cassiano Ximenes se sentia um tanto deslocado. Sua família era proprietária da rede de supermercados Hiper Mercantil, com dez lojas e uma das mais tradicionais cadeias da região. O problema é que não havia lugar para ele ali. “Vivi aquele negócio dos 18 aos 25 anos, mas não era a minha praia. Não havia espaço para mim.” Em 2004, Ximenes decidiu montar um negócio próprio. “Meus professores diziam que o setor do futuro seria o de cuidados com o corpo”, conta. Foi aí que sugeriram a ele conhecer a academia americana Contours. Em maio de 2004, ele fechou acordo com a empresa e tornou-se master-franqueado no Brasil (hoje são 60 unidades e R$ 23 milhões em receita). Mas há dois anos o empresário resolveu investir em outro negócio. Durante uma viagem a Nova York, num passeio ao bairro do Brooklin, ele conheceu a Fitness Together, empresa com US$ 100 milhões de faturamento anual e 700 pontos no mundo. “Foi difícil no começo. Eles não queriam saber do Brasil. Ganhei na insistência”, conta.
A empresa estava mais preocupada em consolidar os negócios em outros países, como Costa Rica e Israel, do que em entrar em novos mercados. Ximenes cansou de esperar e fez algo arriscado.
“Liguei para eles no começo do ano e disse que desistiria. Ou fechávamos negócio ou buscaria outra rede.” Com a crise financeira afetando o resultado da empresa (o número de sessões de ginástica na Fitness Together caiu 10% no ano passado), a companhia acabou se convencendo. Ximenes tornou-se master-franqueado da rede no Brasil. Sócios do empresário na Contours, Renata e Newton Cavalieri decidiram entrar no negócio. Em agosto, a primeira unidade da Fitness Together será aberta no bairro dos Jardins, em São Paulo. Segundo ele, o modelo não concorre com a Contours. Na Fitness Together, o aluno não paga mensalidade. Ele compra pacotes de 12, 36 ou 60 aulas na sala de musculação e um professor acompanha todo o treinamento, como se fosse um personal trainer. Cada aula custará R$ 100. Por 36 aulas (equivalentes a três meses de treino, três vezes por semana) paga-se R$ 3,6 mil, ou R$ 1,2 mil ao mês – valor salgado em relação às mensalidades das academias brasileiras – entre R$ 200 e R$ 400 (sem incluir gasto com personal). Pelo uso da marca e do sistema de negócio, a empresa nos EUA deve ficar com 25% da receita da operação no Brasil. “Não é pouco, mas eu quis apostar”, diz Ximenes.