25/01/2023 - 13:32
(Reuters) – A perspectiva trimestral fraca da Microsoft aponta para mais pessimismo para o setor de tecnologia, disseram analistas, depois que a empresa alertou que seus clientes estão cautelosos quanto aos gastos em uma economia turbulenta.
A Microsoft, a segunda empresa mais valiosa dos Estados Unidos, adotou um tom cauteloso em seu balanço trimestral, conforme uma queda acentuada nos gastos dos clientes tem provocado uma série de demissões na indústria de tecnologia.
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O presidente-executivo da empresa, Satya Nadella, e outros executivos da Microsoft usaram as palavras “cuidado” e “cautela” pelo menos seis vezes na teleconferência de uma hora na terça-feira.
“A Microsoft é o maior indicador de gastos corporativos e em nuvem no mundo. Os comentários de Nadella sobre a desaceleração na nuvem não são surpreendentes… Isso confirma que um (cenário) macro mais sombrio está no horizonte”, disse Dan Ives, analista da Wedbush.
“Essa será uma tendência que veremos na área de tecnologia, com as equipes de administração sendo conservadoras devido ao ambiente incerto”, acrescentou Ives.
Nadella, no entanto, disse que a Microsoft se concentraria na tecnologia de inteligência artificial (AI), chamando-a de a próxima grande onda da computação.
A gigante da tecnologia fez investimentos multibilionários na OpenAI, aprofundando os laços com a startup por trás da sensação do chatbot ChatGPT e aproveitando uma aposta que fez na AI há quatro anos.
Analistas disseram que a forte desaceleração no crescimento da receita da Microsoft foi um “sinal de alerta” para o setor de tecnologia, com mais fraqueza em sua divisão de PCs do que no negócio de nuvem.
“O que aprendemos é que ninguém está imune ao macro… o que é revelador é que o trimestre foi muito bom, mas começamos a ver fraqueza em dezembro e as perspectivas para este trimestre foram piores do que o esperado”, disse Rishi Jaluria, analista na RBC.
A Microsoft prevê a receita do terceiro trimestre em seu chamado negócio de nuvem inteligente um pouco abaixo das estimativas dos analistas, com uma taxa de crescimento de até 19%. No entanto, registrou receita melhor do que o esperado no segundo trimestre para esse segmento.
Empresas que vão da Amazon.com Inc. à Meta Platforms, controladora do Facebook, já estão se preparando para meses mais difíceis pela frente, cortando dezenas de milhares de empregos para manter suas reservas de caixa altas.
Os analistas esperam que o dinheiro seja usado para outros investimentos, que podem incluir novas recompras, fusões e aquisições ou novas tecnologias, como inteligência artificial.
(Reportagem de Nivedita Balu e Tiyashi Datta em Bengaluru)