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Em 2012, foi preciso recorrer aos melhores talismãs para suportar os altos e baixos do Índice Bovespa. O principal indicador da bolsa subiu mais de 15% nos três primeiros meses do ano, para cair 20% no trimestre seguinte e recuperar parcos 9% entre julho e setembro. Nos nove primeiros meses do ano, depois de tantos solavancos, o Ibovespa acumula um ganho de magros 4,2%. Um pé de coelho, porém, garantiu a boa sorte para o investidor: as ações voltadas para o mercado interno. Em 2012, o índice de consumo da Bovespa (Icon), que reúne papéis de 37 empresas com esse perfil, valorizou-se 27,1%. 

 

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As ações que mais subiram foram as de empresas voltadas diretamente ao consumidor, como RaiaDrogasil, Estácio Participações e Kroton Educacional, cujos ganhos rondaram 100% (veja o quadro). Quem liderou a rentabilidade foi o frigorífico Minerva, com alta de 138,8%. Esses pés de coelho vão continuar protegendo o investidor em 2013? Segundo os especialistas, apesar das boas perspectivas para a economia, as ações de consumo já estão caras. “Será preciso tomar cuidado e escolher bem em quais papéis investir no ano que vem”, diz Theodoro Fleury, gestor de renda variável da administradora de recursos paulista Gaia. 

 

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“As ações mais defensivas hoje são as das administradoras de shopping centers”, diz. A receita oriunda do aluguel de lojas pode crescer se a inflação aumentar. Além disso, a previsão é de que 40 novos centros de compras serão inaugurados até o fim de 2014. Além de investir cautelosamente no consumo, a recomendação é diversificar, colocando na carteira também papéis de boas empresas exportadoras. Essas companhias deverão se beneficiar de um mercado internacional mais aquecido e de um dólar forte em relação ao real. Segundo Fleury, o setor de papel e celulose poderá ser um patuá poderoso em 2013, devido à forte demanda por celulose de fibra longa. 

 

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Nesse caso, os destaques serão as ações da Fibria e da Suzano. No entanto, ele adverte que o setor é muito volátil. “É preciso tomar cuidado e ter calma”, diz o analista. Calma é a postura que o investidor tem de ter na opinião de Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora Souza Barros. Também apostando na diversificação, ele recomenda empresas ligadas à exportação de minérios, como Vale e CSN. Elas deverão ser beneficiadas pelo aumento dos preços da commodity, decorrentes das necessidades da China, cuja economia deverá crescer pelo menos 7%. Outro ponto positivo será a redução dos custos de energia elétrica. Segundo estimativas da Confederação Nacional da Indústria, a conta de energia deverá ficar 28% menos salgada para o setor industrial, o que vai representar, em média, uma queda de 4% no custo fixo de produção.

 

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