18/09/2022 - 11:07
Um levantamento publicado pela revista Nature Reviews Clinical Oncology apontou que os casos de câncer em pessoas com menos de 50 anos aumentaram desde a década de 1990.
Os pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, hospital universitário de Harvard, nos Estados Unidos, afirmam que a incidência maior foram em cânceres de mama, colorretal, endométrio, esôfago, ducto biliar extra-hepático, vesícula biliar, cabeça e pescoço, rim, fígado, medula óssea, pâncreas, próstata, estômago e tireoide.
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O estudo levou em conta uma análise detalhada de dados disponíveis sobre o aumento do número de casos e as características clínicas e biológicas dos 14 tipos de câncer e comparou o início precoce ao tardio, em pessoas com mais de 50 anos, da doença.
“Descobrimos que esse problema está aumentando a cada geração. As pessoas nascidas em 1960 tiveram maior risco de câncer antes de completar 50 anos do que as pessoas nascidas em 1950, e prevemos que esse nível de risco continuará a subir em gerações sucessivas”, explicou o professor e médico-cientista do Departamento de Patologia do Brigham, Shuji Ogino.
Motivos podem ser diversos
Os cientistas também analisaram quais poderiam ser as causas desse aumento das chances de contrair câncer precocemente. Levando em conta a evolução dos casos, eles acreditam que fatores ambientais e hábitos dos seres humanos como dieta e estilo de vida mudaram substancialmente nas últimas décadas.
Hábitos alimentares e estilo de vida mais ocidentalizados foram considerados os principais fatores do aumento da incidência da doença.
Maior consumo de álcool e de alimentos ultraprocessados, privação de sono, tabagismo e obesidade foram apontados como principais responsáveis por esse aumento.
“Entre os 14 tipos de câncer em ascensão que estudamos, 8 estavam relacionados ao sistema digestivo. A comida que ingerimos alimenta os micro-organismos em nosso intestino. A dieta afeta diretamente a composição do microbioma e, eventualmente, essas mudanças podem influenciar o risco e os resultados da doença”, disse o autor principal do estudo, Tomotaka Ugai.