31/01/2024 - 10:00
Para cada vez mais pessoas, fazer conteúdo para a internet é uma saída para ganhar dinheiro na sua área de atuação. De acordo com pesquisa realizada pela plataforma Stages com 2.249 criadores brasileiros de mil a 2 milhões de seguidores, fitness e empreendedorismo lideram as áreas onde é mais fácil monetizar com o trabalho nas redes.
A pesquisa mostra que 41% dos criadores dedicados a disciplinas educacionais conseguem gerar receita, independentemente do tamanho do seu público. No âmbito do empreendedorismo, 37% conseguem obter lucro, enquanto 36% dos creators focados em fitness monetizam suas produções. Outras áreas relevantes neste mercado são esportes e culinária, já que 31% dos criadores obtêm renda em ambas as categorias, com oportunidades crescentes para monetização nestes nichos.
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“A produção de conteúdo nas redes era muitas vezes chamada de economia dos bicos (gig economy) porque não era vista como uma profissão. Hoje já é a principal profissão aspiracional dos jovens, no Brasil, Estados Unidos e vários outros países”, afirmou Tiago Maranhão, Heady Country da Stages no Brasil.
A creator economy pode ser chamada de diversos nomes como ‘economia da paixão’ e é usada para explicar o ecossistema de profissionais que ganham dinheiro na internet, tanto por conta de publicidade, renda vinda das próprias plataformas ou a venda de produtos como cursos e webinars.
Atuante no setor de Software as Service (SaaS), a Stages é uma plataforma onde o criador pode publicar conteúdos mais densos e pagos e conseguir atingir o seguidor que está disposto a ir além de conteúdos grátis nas redes sociais.
Maranhão explica que o diferencial da plataforma é a facilidade, a personalização e o fato do criador pagar uma mensalidade fixa e não deixar uma porcentagem fixa de seus ganhos e de forma descentralizada. A plataforma já foi utilizada por mais de 50 mil pessoas, entre jornalistas, influenciadoras de maquiagens, empreendedores, entre outros.
“Nossa missão é ajudar esse criador a ser empreendedor. Que consiga fazer da criação de conteúdo uma carreira e para facilitar a monetização. Ele tem o conteúdo e a gente oferece a plataforma pra ele monetizar”, explicou.
Mercado emprega 300 mil pessoas
Segundo pesquisa do HootSuite, sistema norte-americano especializado em gestão de marcas na mídia social, os usuários globais de mídias sociais cresceram mais de 10% entre 2021 e 2022, com 424 milhões de novos usuários em 2021. Neste contexto, a creator economy (economia do criador), também vem crescendo de forma acelerada, saindo de um faturamento estimado de US$ 600 mil em 2012 para US$ 143,8 milhões em 2020, gerando 300 mil trabalhos diretos e indiretos em 2023.
Confira dicas de como monetizar com conteúdo próprio
Cada vez mais especialistas estão se especializando na creator economy e dando conselhos de como um produtor de conteúdo deve organizar suas publicações e presença nas redes para atrair, além de seguidores, público que esteja interessado em comprar algum conteúdo mais complexo. A professora de economia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Paula Sauer aconselha quem está começando nesse trabalho.
“Antes de qualquer coisa, o criador deve conquistar seu público para gerar sua audiência, ser autêntico, sincero e apaixonado, criando conexões genuínas e sustentáveis. O seguidor gerará receita não só através da compra de produtos, mas também através de anúncios, assinaturas de produtos ou serviços, colaboração e até mesmo doação direta”, afirmou.
Personalize o conteúdo
“A humanização do conteúdo é a alma do negócio e a produção deve ser constante e ritmada, é como pão quente, o público fidelizado, espera a próxima fornada. Do criador, o público espera uma conversa muito humana, é ela quem dará vida a marca, o consumidor enxerga no criador de conteúdo, uma autoridade no assunto, dessa forma, é importante se manter informado, atualizado e entender mesmo do seu business para não falar besteira e ser visto como raso. É importante também a interação direta e constante com a audiência para gerar essa química, essa sensação de ‘trocar ideia com um amigo’ que te conhece bem. Responder os comentários genuinamente, nunca usando respostas prontas ou copy-cola, incorporando as sugestões dos seguidores em seu produto ou serviço. Isso gerará engajamento, fidelização do público e, o mais importante, confiança”.
Construa autoridade
“É importante trazer conteúdo de qualidade e com consistência para que na visão do público, você ou sua marca se tornem uma referência antes de pensar em consumir. O consumidor quer ter um criador de conteúdo ou um influenciador que seja ou seu parceiro durante a jornada do consumidor. O viés de confirmação, conceituado pela economia comportamental, é muito presente no processo de engajamento do consumidor”.