As famílias brasileiras com indivíduos endividados tem optado mais por parcelar suas dívidas bancárias do que quitar os débitos à vista no âmbito do Programa Desenrola. Ao menos é o que aponta uma pesquisa feita pela QuiteJá, empresa de renegociação de dívidas on-line. De acordo com a empresa, houve um aumento de 20,25% na escolha pelo parcelamento das dívidas, indicando uma preferência por opções de pagamento flexíveis, e uma queda de 37,11% nas opções de pagamento à vista.

+Em menos de um mês, Desenrola renegociou R$ 2,1 bilhões em dívidas

A movimentação, segundo a QuiteJá, sugere que os brasileiros estão mais inclinados a escolher planos de parcelamento que atendam às suas necessidades financeiras em detrimento de maiores descontos praticados  nos pagamentos à vista.

Lançado em julho deste ano pelo Governo Federal, o Desenrola Brasil é focado na renegociação e, na sua primeira fase, contemplava a extinção de dívidas bancárias de até R$ 100, a renegociação para pessoas físicas com renda de até R$ 20 mil, além de dívidas em banco sem limite de valor.

Desde o lançamento da plataforma do Desenrola, no dia 9 de outubro, o programa já renegociou R$ 2,1 bilhões em dívidas, fruto de mais de 1 milhão de débitos em aberto. Balanço do programa do governo federal divulgado pelo Ministério da Fazenda aponta que o pagamento dessas dívidas foi de R$ 262 milhões, o que significa a concessão de descontos de R$ 1,8 bilhão até o dia 2 de novembro. Pelo menos 590 mil pessoas aproveitaram a ação para renegociar os débitos, informou o governo.

O programa tem impactado a saúde financeira dos brasileiros e está em sua segunda fase, marcada pelo lançamento da Plataforma do Programa Desenrola Brasil, que contempla dívidas bancárias e não bancárias — como contas de luz, água, varejo, educação — e beneficiará pessoas que ganham até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo federal (CadÚnico), e que tenham dívidas de até R$ 5 mil.

Na avaliação da QuiteJá, de lá para cá, a população tem se mostrado cada vez mais interessada na renegociação de suas dívidas. De acordo com o levantamento feito pela empresa com uma grande instituição financeira, houve um notável aumento de 81,40% no interesse das comunicações sobre o programa em comparação às comunicações feitas previamente.

“Isso reflete o desejo dos beneficiários de melhorar seu conhecimento financeiro e lidar de forma eficaz com suas dívidas. A educação financeira desempenha um papel crucial na capacitação dos beneficiários para fazer escolhas financeiras informadas e gerenciar suas dívidas de forma responsável”, avalia o Head de Negócios da QuiteJá, Luiz Marchiori.