29/07/2022 - 3:30
Prever terremotos é algo difícil, mas pesquisadores da Universidade Ariel, em Israel, desenvolveram um método que pode ajudar a prever grandes terremotos com até 48hrs de antecedência.
A massa terrestre em nosso planeta se constitui do manto e da crosta da Terra. Contudo, essas camadas não são uniformes, mas feitas de várias peças que se movem lentamente, esbarrando umas nas outras de vez em quando. Quando essas peças, as placas tectônicas, esbarram em outra, um terremoto pode ocorrer.
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Dependendo da força de um terremoto, o impacto na vida humana pode ser desastroso. Ainda que terremotos médios enviem algumas ondas de choque através do chão, nem sempre danosas, os mais fortes são capazes de reduzir prédios a destroços em poucos segundos.
A magnitude 5.9 de um terremoto no leste do Afeganistão no mês passado matou mais de 1.000 pessoas, e feriu um número muito maior. Outros terremotos históricos, como o de Lisboa, os do Haiti e do Japão, também causaram estragos significativos no passado. Portanto, a capacidade de prever terremotos seria muito útil para prevenir esse tipo de desastre.
Ainda que haja tecnologia para registrar a força de um terremoto, assim como determinar as localidades do ponto de colisão entre diferentes placas tectônicas, os geólogos ainda não foram capazes de prever a ocorrência de terremotos.
Segundo o United States Geological Survey (USGS), os geólogos usaram vários métodos para prever terremotos, e também conseguem definir com precisão se uma placa tectônica vai desencadear um terremoto no futuro ou não. Contudo, eles não podem atribuir uma data ou período específico a essas previsões.
Ao invés de analisar sensores terrestres, os pesquisadores israelenses se voltaram aos céus para realizar suas previsões. Usando um algoritmo de máquina de vetor de suporte, os pesquisadores mapearam o conteúdo total de elétrons na ionosfera, a camada mais alta da atmosfera, com os dados do GPS para prever o terremoto.
Num artigo de pesquisa publicado na revista Remote Sensing, o pesquisador afirma que, sob estresse, quase todos os tipos de rochas na superfície terrestre ativam buracos positivos que podem carregar e gerar correntes elétricas.
A medida que esses carregadores de correntes se acumulam na superfície da Terra, íons carregados também se acumulam perto dessas rochas, e isso leva a corrente para fora, que após um período de tempo termina por ser transportada até a ionosfera, onde pode ser detectada.
Segundo o artigo, os pesquisadores alegam que o método pode detectar um terremoto grande em até 48 horas antes dele ocorrer, com precisão de 80%. Os pesquisadores classificam um grande terremoto como qualquer tremor com magnitude de 6 ou acima. Além disso, eles também poderiam prever se um terremoto não vai acontecer, com precisão de 87.5%.