10/01/2019 - 17:13
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Nova York e Princeton concluiu que pessoas com mais de 65 anos são as que mais compartilham fake news, independentemnete de gênero, raça, nível de escolaridade, renda ou quantidade de links postados. O estudo mostrou que a idade foi a característica que melhor previu o comportamento em redes sociais.
O estudo foi publicado na revista científica Science Adventures. Desde 2016, monitorou o comportamento em redes de 3.500 pessoas – com e sem contas no Facebook – antes e depois das eleições presidenciais americanas. Através de um aplicativo feito pela empresa de pesquisas YouGov, os participantes instalavam o aplicativo que permitia a eles divulgar com os membros da pesquisas dados como dados públicos do perfil, visões políticas e religiosas, postagens na timeline e páginas que seguiam.
Os dados angariados pelo aplicativo foram cruzados com uma lista elaborada pelo Buzzfeed de sites que historicamente compartilham fake news. Depois os links foram cruzados com mais quatro outras listas de sites que compartilham notícias falsas.
Os resultados mostraram que a divulgação deste tipo de notícia é algo relativamente raro, com apenas 8,5 do total dos participantes tendo compartilhado um link falso durante o período da pesquisa. No corte de preferências políticas, 18% dos republicanos divulgaram fake news antes 4% de democratas.
Porém, o resultado mais assertivo veio com o corte por idade, com 11% dos participantes com mais de 65 anos tendo compartilhado fake news, número que cai para 3% com o público entre 18 e 29 anos. No total, o público com mais de 65 anos compartilhou mais que o dobro de notícias falsa em relação ao segundo grupo mais velho (entre 45 e 65 anos), e sete vezes mais que participantes do grupo mais novo, de 18 a 29 anos.
O estudo não elaborou respostas do porquê este grupo está mais suscetível a compartilhar informações falsas, mas elaborou duas teorias. A primeira diz respeito a natividade na internet. Por terem sido introduzidos a convivência na rede de maneira mais tardia do que os jovens, eles não têm a “alfabetização” no ambiente. A segunda hipótese diz respeito a capacidade cognitiva de pessoas mais velhas, afetada pela idade e mais passível em cair em fake news.
É importante notar também que a pesquisa não teve acesso ao feed de notícias das pessoas. O local é tratado por muitos como a principal fonte de influência em casos como o do Cambridge Analytica, no qual a empresa manipulava o que aparecia no feed dos usuários para levá-lo a acreditar em determinada corrente política através da exposição de links tendenciosos.