Indivíduos diagnosticados com transtornos de personalidade têm mais propensão a serem dependentes de álcool, especialmente em sua forma mais grave. É o que aponta um estudo do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.

A análise contou com a participação de mais de cinco mil moradores da região metropolitana de São Paulo. Segundo a pesquisa, transtornos de personalidade envolvem variados sintomas comportamentais patológicos, como instabilidade emocional, tendência a relacionamentos interpessoais complicados, excentricidade, necessidade de chamar atenção, dificuldade em ter empatia e seguir condutas sociais.

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A psiquiatra e uma das pesquisadoras do estudo, Carolina Hanna de Aquino Chaim, explica que pessoas que sofrem com o alcoolismo adquirem, ao longo da vida, alguns padrões de comportamentos disfuncionais (pensamentos, percepções, reações), que acabam interferindo em suas relações com a vida e com o outro, trazendo-lhes muito sofrimento.

É importante ressaltar que, embora a dependência do álcool seja mais comum entre pessoas com algum transtorno mental prévio, todo mundo pode se tornar dependente, se o consumo começar a ser prioritário e gerar problemas de saúde mental, física ou de relacionamentos.

Inúmeros estudos apontam que não há um nível seguro de consumo de bebida alcoólica, e que a ingestão deve ser evitada especialmente por pessoas consideradas de risco, como crianças e adolescentes, grávidas, ou quem tem doenças clínicas e/ou psiquiátricas que possam ter a evolução agravada pelo álcool.