Mesmo hoje em dia ainda há muitas pessoas ao redor do mundo que são forçadas a se casar. Esse número, na realidade, aumentou 42,8% em 2021, em comparação com 2016. A informação é do relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta segunda-feira (12).

O levantamento foi realizado para avaliar o panorama atual de trabalho forçado, que pode ser visto como escravidão. O casamento forçado foi incluído no relatório porque, para a OIT, essa prática é vista também como relacionada à obrigação de trabalhar.

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“Uma vez que a pessoa é forçada a se casar, há um risco maior de exploração sexual, violência e servidão doméstica, além de outras formas de trabalho forçado dentro e fora do domicílio. A chance de a mulher ser forçada a executar trabalhos para o cônjuge (ou para família do cônjuge) é maior que a dos homens”, afirma o relatório.

De acordo com a entidade, em 2016, 15,4 milhões de pessoas foram obrigadas a se casar. Já em 2021, esse número saltou para 22 milhões, apontando uma alta representada por 6,6 milhões de pessoas, em números absolutos.

Mulheres são as maiores vítimas

Do total de pessoas obrigadas a se casar, dois terços (14,9 milhões) são mulheres e meninas.

A maior parte dos casamentos forçados são feitos na Ásia e no Pacífico (14,2 milhões). A África fica em segundo lugar no ranking, com 3,2 milhões de casamentos forçados, seguida pela Europa e Ásia Central (2,3 milhões).

Ao levar em conta a proporção da população, a prevalência de casamentos obrigados é mais alta em países Árabes (4,8 por mil habitantes), seguido por nações na Ásia e Pacífico (3,3 por mil habitantes).

A renda também influencia na situação: três em cada cinco pessoas forçadas a se casar estão em países de renda média e baixa. Isso não significa que lugares mais ricos não apresentam o problema, já que 26% dos casamentos forçados acontecem em nações de renda alta ou média-alta.

Forçadas a trabalhar

Dessas pessoas que tiveram que se casar sem poder de escolha, 32% também são forçadas a trabalhar. Esse trabalho pode ser doméstico, para 25% das pessoas; ou fora de casa, geralmente na casa de pessoas da família do cônjuge, para 6,5%. Além disso, 8% ainda trabalham em empresas do cônjuge ou da família.

Os números, no entanto, devem ser ainda maior, segundo a OIT, já que muitas das pessoas que foram forçadas a se casar, não enxergam o trabalho executado em decorrência desse acordo, como uma obrigação e sim uma condição natural do casamento.