Preços do diesel e da gasolina no mercado interno deixam de ser baseados nos valores de importação. Estatal diz que reajustes evitarão repasses dos preços internacionais e do câmbio aos consumidores.A Petrobras anunciou nesta terça-feira (16/05) o fim da paridade de preços da gasolina e do diesel com o dólar e o mercado internacional.

A regra em vigor desde 2016 prevê que o preço desses produtos no mercado interno siga as oscilações internacionais, impedindo o governo de intervir para reduzir preços. A nova estratégia encerrando a subordinação dos valores ao preço de paridade de importação foi aprovada nesta segunda-feira pela diretoria executiva da Petrobras.

No chamado Preço de Paridade de Importação (PPI), a Petrobras considerava o valor do petróleo no mercado global assim como custos logísticos. A estatal informou que partir de agora as referências de mercado serão o custo alternativo do cliente, como valor a ser prioridade na precificação, e o “valor marginal” para a Petrobras.

Segundo a empresa, o “custo alternativo do cliente contempla alternativas de suprimento por fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”. Já o “valor marginal” da Petrobras se baseia no custo das diversas alternativas para a empresa, entre elas a produção, importação e exportação do produto.

As premissas, segundo nota divulgada pela estatal, são preços competitivos por polo de venda, participação “ótima” da Petrobras no mercado, otimização dos seus ativos de refino e rentabilidade de maneira sustentável.

“Nosso modelo vai considerar a participação da Petrobras e o preço competitivo em cada mercado e região, a otimização dos nossos ativos de refino e a rentabilidade de maneira sustentável”, afirmou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, segundo comunicado.

Reajustes sem periodicidade definida

A nota informa ainda que os reajustes continuarão sendo feitos sem uma periodicidade definida e evitarão repasses da volatilidade dos preços internacionais e do câmbio aos consumidores brasileiros.

“A precificação competitiva mantém também um patamar de preço que garante a realização de investimentos previstos no Planejamento Estratégico. A Petrobras reforça seu compromisso com a geração de valor e com a sustentabilidade financeira de longo prazo, preservando a sua atuação em equilíbrio com o mercado, ao passo que entrega aos seus clientes maior previsibilidade por meio da contenção de picos súbitos de volatilidade”, diz o texto.

As decisões sobre os preços continuam sendo subordinadas ao Grupo Executivo de Mercado e Preço, composto pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, pelo diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados e pelo diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.

“Com a mudança, a Petrobras tem mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores”, diz o comunicado da empresa.

md/cn (EBC, ots)