Trabalhadores do Sistema Petrobras aprovaram a deflagração de uma greve nacional a partir da zero hora de segunda-feira, 15, após considerarem “insuficiente” a contraproposta apresentada pela companhia para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) nesta quarta-feira, 10.

A entidade afirmou que a nova proposta foi entregue pela petroleira na terça-feira, 9, sem avançar em pontos centrais discutidos desde o início das negociações.

Geralmente, durante greves, trabalhadores passam operações para equipes de contingência, de modo a evitar impactos operacionais em refinarias e plataformas de petróleo. Quando a greve dura poucos dias, dificilmente há impactos de produção.

Uma fonte da Petrobras disse à Reuters que “essa greve não tem risco de operação ou produção”.

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“Vamos usar todos os elementos de contingência”, frisou, na condição de anonimato.

Dentre os principais pontos pleiteados pela categoria, está a busca por uma solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, tema que afeta diretamente a renda de aposentados e pensionistas.

Além disso, petroleiros também defendem aprimoramentos no plano de cargos e salários e garantias de recomposição sem aplicação de mecanismos de ajuste fiscal, dentre outras questões.

“Com a rejeição da segunda contraproposta, os sindicatos notificarão a empresa sobre a paralisação na sexta-feira”, disse a FUP.

Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.

Segundo a fonte da Petrobras, a greve é uma estratégia de negociação dos petroleiros, e o pleito dos petroleiros por um aumento real é “natural”.

“Não há grandes mobilizações da categoria, a Petrobras é independente e paga dividendos, e é legítimo cobrar um aumento real e a tradicional bonificação em acordo salarial”, afirmou, na condição de anonimato.

Antes do início da greve, aposentados e pensionistas de diversas regiões do país retomam, na quinta-feira, uma vigília em frente ao Edifício Senado (Edisen), sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. O grupo permanecerá mobilizado durante o período de negociações, reforçando a cobrança por uma solução para os equacionamentos da Petros, segundo a FUP.

As atividades também coincidem com “agendas” em Brasília, onde, segundo a FUP, representantes da categoria participam de reuniões com integrantes do governo para discutir o tema.