28/09/2021 - 16:59
A Petrobras anunciou nesta terça-feira(28) um aumento de 8,9% no preço do diesel às distribuidoras devido à alta do petróleo, reafirmando sua política de preços, apesar das reticências do presidente Jair Bolsonaro.
A estatal, que concentra mais de 80% do mercado nacional de diesel, informou em nota que os reajustes serão aplicados a partir de quarta-feira, refletindo parte do aumento dos patamares internacionais dos preços do petróleo e do câmbio.
O preço médio de venda às distribuidoras passará de R$ 2,81 para R$ 3,06 o litro, informou a Petrobras. Sobre esses valores são adicionados as despesas de distribuição, venda e impostos que elevam o custo ao consumidor para cerca de R$ 5, dependendo do estado.
A decisão da Petrobras foi divulgada após 85 dias de preços estáveis, nos quais segundo a estatal, evitou-se “refletir imediatamente a volatilidade externa” nos preços domésticos.
O preço do Brent, referência no Brasil, está em torno de US$ 80 pela primeira vez em quase três anos, enquanto o preço do WTI dos EUA está em torno de US$ 75.
Enquanto isso, o dólar tem aumentado no Brasil desde o início da pandemia, quando estava sendo negociado em torno de R$ 4,20 para os atuais R$ 5,34.
Preocupado com a piora dos indicadores econômicos, Bolsonaro referiu-se à política de preços da empresa nesta segunda-feira: “Hoje estive com o ministro Bento (Albuquerque, de Minas e Energia), conversando sobre a nossa Petrobras, o que podemos fazer para melhorar, diminuir o preço na ponta da linha”, disse ele.
Em fevereiro, Bolsonaro substituiu o presidente da Petrobras pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna, após criticar os aumentos no preço do diesel.
A decisão foi tomada em meio a um forte descontentamento entre os caminhoneiros, uma das bases eleitorais de Bolsonaro.
Segundo dados oficiais, até o momento, neste ano, o preço final do diesel subiu 28,02% e o da gasolina, 31,09%.