10/01/2014 - 6:30
Papéis avulsos
A captação de ? 3,8 bilhões (R$ 11 bilhões) feita pela Petrobras na terça-feira 7 dividiu o mercado. A demanda superior a R$ 33 bilhões indica as boas expectativas para a companhia comandada por Graça Foster, mas o aumento do endividamento levantou incertezas sobre sua classificação de risco. A operação é recorde entre os países emergentes e foi feita em quatro tranches, três em euro, que somam ? 3,05 bilhões, e uma de 600 milhões de libras esterlinas. Os prazos variam de quatro a 20 anos e os juros vão de 2,75% a 6,62% ao ano. Na quarta-feira 8, as ações fecharam estáveis, após subirem 0,7% no melhor momento do dia. Para analistas da XP Investimentos, o temor sobre a saúde financeira se explica pela crença de que o preço da gasolina não será reajustado no curto prazo. Segundo a corretora, a dívida líquida da Petrobras, que no quarto trimestre de 2013 equivalia a 2,94 vezes a geração de caixa, deve subir para 3,1.
Palavra do analista:
De acordo com William Alves, analista-chefe da XP Investimentos, a captação volta a elevar a alavancagem. ?Não acreditamos em reajustes de combustíveis no curto prazo, até porque essa captação reduz a necessidade de caixa, e reiteramos a nossa visão negativa para a Petrobras.?
Combustíveis
Ultrapar investe R$ 1,4 bilhão
O Grupo Ultrapar, que tem negócios na área de distribuição de combustíveis, indústria química e redes de farmácias, anunciou na segunda-feira 6 um pacote agressivo de investimentos em 2014. No total, o conglomerado vai investir R$ 1,4 bilhão em suas atividades. A rede Ipiranga receberá um aporte de R$ 887 milhões destinados à abertura de novos postos. A Oxiteno terá R$ 244 milhões para a ampliação de suas unidades nos Estados Unidos e no México. A Ultragaz construirá uma unidade de engarrafamento no valor de R$ 184 milhões, enquanto a rede Extrafarma investirá R$ 67 milhões na abertura de 70 novas lojas. O grupo destinará mais R$ 60 milhões para a ampliação de seu terminal marítimo, em Itaqui, no Maranhão. Apesar de uma queda de 2,8% nos primeiros dias de 2014, as ações subiram 24% em 2013 e 48,2% em 2012.
Petroquímica
Fórmula da Braskem não fez efeito
Anunciada no fim de 2013, a oferta da Braskem para a compra de 30% das ações da fabricante de plástico Solvay Indupa foi barrada pela Comissão Nacional de Valores (CNV) da Argentina na sexta-feira 3. Segundo o xerife do mercado vizinho, a oferta de US$ 1,35 por ação, apresentada pela empresa brasileira, não está em linha com o valor médio dos papéis no quarto trimestre de 2013, que foi de US$ 3,92. Em comunicado, a Braskem informou que os preços foram calculados de acordo com os critérios da lei de mercado da Argentina. Desde a notícia, as ações PNB da Brasken recuaram 2,8%.
Mercado
Movimento recorde na BM&FBovespa
O ano de 2013 foi um período de recordes para a BM&FBovespa. No ano passado, os negócios movimentaram R$ 1,83 trilhão, 2,8% acima do R$ 1,78 trilhão de 2012. Apesar da queda nos preços das ações, a média diária avançou 2,2%, de R$ 7,25 bilhões em 2012 para R$ 7,41 bilhões, pois o número total de negócios subiu 14,9%, de 191,9 milhões em 2012 para 220,5 milhões em 2013.
Touro x Urso
O ano de 2014 começou marcado pelas incertezas com relação ao rebaixamento da classificação de risco da dívida brasileira, dada como certa, e pela entrada em vigor da nova metodologia do Ibovespa. Contudo, devido aos prognósticos de crescimento fraco, não há otimismo no mercado com relação à bolsa.
Destaque no Pregão
Novos ares na Marfrig
Após um ano de preparação, o executivo Sérgio Rial vai assumir o comando da Marfrig no lugar do fundador Marcos Molina, conforme anunciado pela empresa na terça-feira 7. Rial estava no cargo de CEO da Seara Foods que, antes de ser vendida ao Grupo JBS, respondia pelas marcas Seara, Keystone Foods e MoyPark. Também em 2013, o executivo passou a presidir um comitê de apoio à presidência, focado em gestão financeira e planejamento estratégico. Não foi a única boa notícia para o grupo. Na segunda-feira 6, o BNDES decidiu adiar o vencimento de uma debênture de R$ 2,15 bilhões de junho de 2015 para julho de 2017. A medida fez com que as ações subissem 2,52%. Com o anúncio do novo presidente, os papéis voltaram a se valorizar em 1,01%, para R$ 4,15.
Mercado em números
SANTANDER
R$ 6 bilhões – É quanto o banco vai distribuir a seus acionistas ao concluir os ajustes no patrimônio de referência anunciados em setembro. Cada unit terá direito a R$ 1,5865.
GAFISA
R$ 2,5 bilhões – É o teto da projeção do Valor Geral de Vendas (VGV) do grupo em 2014. Do montante, entre R$ 1,5 bilhão e R$ 1,7 bilhão correspondem aos lançamentos da construtora, enquanto o restante ficará a cargo da Tenda.
KLABIN
R$ 1,7 bilhão – É quanto a empresa de papel e celulose captou com sua sexta emissão de debêntures, concluída na quarta-feira 8. O valor corresponde à emissão de 2,7 milhões de papéis.
LIGHT
R$ 1,2 bilhão – É o montante da dívida que a companhia pretende pagar à Braslight, fundação dos funcionários da Light, conforme saldo apurado em 31 de dezembro de 2013.
BANCO PINE
R$ 145 milhões – É o valor referente ao aumento do capital do Banco Pine, aprovado no fim de 2013. Com o aporte, o capital social do banco será elevado de R$ 967,26 milhões para R$ 1,1 bilhão.
Colaboraram: Natália Flach e Luiz Gustavo Pacete