13/03/2024 - 13:22
Segundo um relatório divulgado pela Janus Henderson Investors, a Petrobras deixou o ranking das 20 empresas que mais pagam dividendos no mundo em 2023. No ano anterior, e petroleira brasileira tinha ficado na segunda posição.
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A queda ocorre após a estatal brasileira decidir reter a distribuição dos dividendos extraordinários, avaliados em R$ 43,9 bilhões, diminuindo em mais de 50% os dividendos distribuídos relativos à operação da empresa no ano passado.
Para efeito de comparação, os dividendos relacionados a 2022 distribuídos pela Petrobras somaram US$ 21,7 bilhões, a segunda maior distribuição de dividendos global naquele ano, atrás apenas da BHP Group.
Para o ano corrente de 2023, a Petrobras anunciou a distribuição de US$ 10 bilhões em dividendos. Com isso, de acordo com a Janus Henderson, a petroleira deixou o ranking das 20 maiores pagadoras de dividendos no mundo.
O relatório lista apenas as 20 maiores pagadoras e não traz informações sobre qual seria a posição da Petrobras em 2023. Globalmente, segundo o relatório, 86% das empresas aumentaram seus dividendos ou os mantiveram estáveis.
Além da Petrobras, houve cortes nos dividendos distribuídos por grandes companhias globais como BHP, Rio Tinto, Intel e AT&T, que contribuíram par aa redução da taxa de crescimento subjacente global (ou seja, ao levar em conta os efeitos cambiais e os dividendos não recorrentes) em dois pontos percentuais.
Outras empresas brasileiras, como a Ambev e a Vale, também reduziram suas distribuições de dividendos, o que garantiu que o Brasil fosse o país mais fraco no índice global. A Microsoft ficou na primeira posição do ranking de 2023. Veja abaixo:
Confira a lista com as 20 empresas que mais pagaram dividendos em 2023
- Microsoft
- Apple Inc
- Exxon Mobil Corp.
- China Construction Bank Corp.
- PetroChina Co. Ltd.
- BHP Group Limited
- China Mobile Limited
- Johnson & Johnson
- JP Morgan Chase & Co
- A.P. Moller – Maersk AS
- Chevron Corp.
- Equinor ASA
- Verizon Communications Inc
- HSBC Holdings plc
- Abbvie Inc
- Taiwan Semiconductor Manufacturing
- Pfizer Inc.
- Volkswagen AG
- Nestle S/A
- Procter & Gamble
Mais destaques do relatório
- Os dividendos globais aumentaram 5% em uma base subjacente, atingindo um recorde de US$ 1,66 trilhão em 2023; o crescimento nominal foi de 5,6% no ano;
- O Brasil impediu um desempenho ainda mais forte e registrou a maior queda nos dividendos de todos os principais mercados;
- O México teve um recorde de pagamentos e a Colômbia registrou um forte crescimento;
- 86% das empresas em todo o mundo aumentaram os dividendos ou os mantiveram estáveis;
- Os bancos entregaram dividendos recordes em 2023 e contribuíram com metade do crescimento mundial de dividendos;
- O impacto positivo do aumento dos dividendos bancários foi quase totalmente compensado pelos cortes do setor de mineração;
- O quarto trimestre foi particularmente promissor, com crescimento subjacente de 7,2%.
Para o diretor de renda variável global da Janus Henderson, Ben Lofthouse, o pessimismo em relação à economia global se mostrou infundado em 2023 e, embora as perspectivas ainda sejam incertas, os dividendos estão bem sustentados.
Ainda na avaliação de Lofthouse, o efeito defasado das taxas de juros mais altas continuará a impactar a distribuição de dividendos.
“A taxa de crescimento dos dividendos nos Estados Unidos no quarto trimestre do ano passado é um bom presságio para o ano inteiro. As empresas japonesas, por exemplo, iniciaram um processo de retorno de mais capital para os acionistas e a Ásia parece estar se recuperando, enquanto os dividendos na Europa estão bem cobertos”, acrescenta.