07/06/2018 - 14:06
Em sua primeira entrevista coletiva como presidente da Petrobras, Ivan Monteiro se disse satisfeito com o resultado do leilão desta quinta-feira, 7, da 4ª Rodada de Partilha de Produção da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo ele, a Petrobras demonstrou que continua empenhada em aumentar as áreas de exploração.
“A avaliação é muito positiva, somos operadores nas três áreas, temos um longo histórico de relacionamento com as empresas que vamos participar em consórcio, estamos extremamente satisfeitos e continuamos com a premissa de aumentar o portfólio exploratório da companhia”, disse a jornalistas, lembrando que a companhia “vem de dois anos muito difíceis”, referindo-se a sucessivos prejuízos nos últimos anos.
Sobre o campo de Uirapuru, o mais disputado do certame, realizado em um hotel na zona oeste do Rio, Monteiro afirmou que apesar de ter sido obrigado a aumentar o lucro-óleo oferecido ao governo, para poder participar do consórcio vencedor, ficou contente com o resultado. “Essa é a beleza do leilão. A gente fixa limites anteriores ao leilão, mas o resultado final a gente só vê depois da abertura dos envelopes aqui. Como temos o direito de preferência, exercemos dentro do limite que foram fixados pelo Conselho de Administração”, informou.
Consulta pública
Sobre os estudos da ANP para uma nova política de preços dos combustíveis, que podem mudar as diretrizes da estatal, que praticava desde julho do ano passado ajustes diários dos seus combustíveis – atualmente só a gasolina permanece nessa metodologia – Monteiro foi evasivo. “A Petrobras vai aguardar o final desse processo da consulta pública (da ANP), que me parece que tem dois pilares muito claros, liberdade e competição, mas vamos aguardar com calma e vamos contribuir para a consulta pública. O processo se iniciou agora”, avaliou.
Ele explicou que a Petrobras pratica reajuste diário no caso da gasolina” dentro da atuação comercial que tem hoje. Vamos aguardar o resultado da consulta (pública), não tem nenhuma decisão”, concluiu.
Ao ser questionado se o fim dos ajustes diários não poderia comprometer o fluxo de caixa da empresa, que vem se recuperando nos últimos dois anos após sucessivos prejuízos, Monteiro disse que ainda é cedo para avaliar, mas que a empresa atua de acordo com as regras do mercado. “Essa questão do fluxo de caixa ou não depende de atuação comercial, a gente atua de acordo com a liberdade do mercado, tudo isso é levado em consideração”, afirmou.