Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Petrobras promoveu mais um aumento no preço médio do querosene de aviação (QAV), agora em torno de 3,9%, nos pontos de abastecimento da estatal, segundo a associação que reúne as empresas aéreas brasileiras Abear.

Na unidade de Paulínia (SP), o QAV passou a custar 5.853 reais por metro cúbico em julho, ante 5.631 reais em junho, conforme dados da entidade.

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Em Duque de Caxias (RJ), cidade próxima ao terminal do aeroporto internacional Galeão, o valor do combustível foi para 5.812 reais por metro cúbico, contra 5.597 reais no mesmo comparativo. Em Betim (MG), o preço saiu de 5.679 reais para 5.902 reais.

No acumulado de janeiro a julho, o QAV avançou 70,6%. Em todo o ano passado, o combustível usado por aeronaves teve uma expressiva alta de 92%.

O aumento acontece em meio a um movimento do governo federal e dos Estados para redução de impostos no intuito de pressionar os preços nas bombas.

Para o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, a redução de ICMS incidente sobre combustíveis, que também alcança o querosene de aviação, tem impacto pequeno sobre o valor do QAV.

“Hoje, mais de 40% do valor do bilhete (passagem aérea) é só para pagar o custo do bilhete e daqui a pouco chega em 45%. Antes, era um terço do valor da tarifa”, afirmou o executivo à Reuters.

“É uma alta absurda e uma pressão enorme que acaba no preço da tarifa justamente em um momento em que as pessoas não recuperaram a capacidade de consumo e as empresas não recuperaram a capacidade de investimento”, acrescentou ele.

O presidente da Abear ainda fez críticas severas à política de paridade de preços adotada pela Petrobras.

“Política de paridade internacional é algo que não existe nesse mercado de QAV, visto que 90% é produzido aqui no país. Mas cobram como se o QAV tivesse sido importado, viajado milhas e milhas, cobra-se frete, logística, estoque, perda, seguro e muito mais”, disse.

Procurada, a Petrobras não respondeu de imediato a um pedido de comentários.

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