16/05/2024 - 11:22
O Ibovespa sobe moderadamente, seguindo a valorização módica das bolsas americanas após o recorde da véspera, na esteira de dados de inflação menos fortes do que o esperado. Nesta quinta-feira, novos indicadores norte-americanos reforçaram a ideia de que há espaço para que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) comece a cortar os juros neste ano.
Perto das 11h45 desta quinta-feira, o Ibovespa subia 0,18%, aos 128251.64 pontos. Petrobras perdia entre 1,04% (PN) e 1,65% (ON). Na quarta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 0,38%, aos 128.027,59 pontos.
+ Nova troca no comando expõe instabilidade na Petrobras
A moderação do Índice Bovespa reflete ainda a queda das ações da Petrobras. Os papéis caem com menos força do que a vista no fechamento de ontem, após a demissão do presidente Jean Paul Prates, da estatal, refletindo receio dos investidores de maior interferência política na empresa. Há incertezas em relação a como será conduzida a Petrobras na nova gestão.
Na véspera, as ações da Petrobras caíram mais de 6%, o que provocou uma perda de R$ 34 bilhões no valor de mercado da petroleira que ´´e a maior empresa brasileira da B3.
“Passado o primeiro susto, o mercado agora aguarda os próximos passo em relação ao que será o novo comando da Petrobras, ao que será implementado”, avalia Mônica Araujo, estrategista de Renda Variável da InvestSmart XP.
Após o CPI de abril menor do que o previsto ontem animar Wall Street, hoje saíram dados de atividades dos Estados Unidos. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego caíram 10 mil, a 111 mil, na semana, ante projeção de 218 mil. Já o índice de construções de moradias iniciadas subiram 5,7% em abril ante março, na comparação com previsão de alta de 9%, e a produção industrial ficou estável em abril ante março (previsão de alta de 0,2%).
No geral, os dados reforçam apostas de início de queda dos juros norte-americanos neste ano. Agora, os mercados esperam falas de diretores do Federal Reserve.
Depois de cederem, os juros dos Treasuries avançavam, respingando nos juros futuros no Brasil. Aqui, o foco continua também nos sinais do Banco Central (BC). Hoje tem palestra de Diogo Guillen, diretor de política econômica da instituição, “em meio às apostas do mercado em uma Selic terminal de 10,50%, sem novos cortes previstos esse ano”, menciona em nota a Guide Investimentos.
Além de a cautela ainda prevalecer em relação à política monetária americana, Mônica, da InvestSmart XP, acrescenta que os riscos internos também estão no radar dos investidores. Na visão da estrategista, os mercados seguem digerindo se o que realmente o governo atual tem proposto para a economia será alcançado.
“Há uma tendência maior para um fiscal mais frouxo. Claro que é incontestável a necessidade de ajuda ao Rio Grande do Sul. Dentro deste contexto, ainda há questões maiores que a Fazenda precisa resolver como a da desoneração da folha de pagamentos”, diz. “Tem muita dúvida interna, e talvez seja isso que esteja sendo o grande empecilho, o que estaria atrapalhando o fechamento de curva de juros”, completa Mônica.