Os mercados passaram a repercutir a mais recente ofensiva do Irã contra Israel realizada no início desta tarde (horário de Brasília) de terça-feira, 1º. Investidores demonstravam maior aversão ao risco em mercados de ações e de câmbio.

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O petróleo, que já operava em alta de cerca de 4% com a possibilidade da escala do conflito no Oriente Médio, intensificou a subida. Por volta das 14 horas, o petróleo WTI subia 5,25% e o Brent, 4,98%.

Já o Ibovespa renovou máxima há pouco. O petróleo acelerava a alta influenciando as ações da Petrobras. PN, por exemplo, tinha elevação além de 4%. Além disso, chama a atenção a alta generalizada na parte setorial da bolsa.

“Acho que reflete a parte macro, com a curva de juros fechando, acompanhando lá fora, e isso está ajudando bem a bolsa”, avalia Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital. Segundo ele, com o início do lançamento de mísseis pelo Irã, abre-se espaço para mais volatilidade.

Às 14h03, o Ibovespa subia 1,13%, aos 133.310,22 pontos, ante alta de 1,21%, na máxima aos 133.405,49 pontos.

O dólar também subia frente ao real já antes da confirmação do ataque contra Israel, conforme o fortalecimento da moeda norte-americana no exterior, impulsionado por temores de conflito no Oriente Médio e expectativas de cortes graduais de juros no Federal Reserve, que pressionavam a divisa brasileira.

Nesta sessão, o real acumulou alguns ganhos contra o dólar na primeira hora de negociação, com o cenário doméstico positivo para o câmbio, em meio à perspectiva de aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, tornando a moeda brasileira atrativa para investimentos estrangeiros.

Muito sob influência desse fator, o dólar acumulou queda de 3,32% ante o real em setembro, e abriu outubro já devolvendo os ganhos da sessão anterior, quando fechou em alta de 0,24%, cotado a R$ 5,44.

Com isso, o dólar atingiu a mínima da sessão do início das negociações (-0,34%), à medida que o mercado segue projetando maior aperto monetário no Banco Central, enquanto o Fed continua seu ciclo de afrouxamento dos juros.

Mas o cenário não se sustentou. No exterior, o dólar já subia amplamente desde cedo ante seus pares após o chair do Fed, Jerome Powell, derrubar na véspera as apostas de um corte de 50 pontos-base na taxa em novembro, mesmo movimento realizado no mês passado.

Em uma conferência, Powell disse ver mais 50 pontos-base acumulados de afrouxamento neste ano se a “economia tiver o desempenho esperado”, elevando as expectativas de operadores de que o Fed reduzirá os juros de forma gradual até o fim deste ano.

“Acho que a pressão do dólar é generalizada e de natureza global hoje… com o real alinhado com o movimento do dólar frente nossos principais pares”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

Ataque com mísseis

Sirenes são acionadas em Israel e autoridades pedem que população procure espaços seguros. Lançamentos ocorrem após alerta dos EUA sobre “ataque iminente” pelo regime iranianoO regime do Irã lançou no início da noite desta terça-feira (01/10) uma ataque com om mísseis balísticos contra Israel, afirmaram autoridades israelenses. Sirenes foram acionadas em todo território de Israel e há relatos de explosões em Tel Aviv e Jerusalém. Autoridades militares e da Defesa Civil de Israel pediram que a população se abrigue em locais seguros.

A mídia israelense apontou que o Irã lançou mais de 100 mísseis contra Israel. Não está claro se os mísseis estão atingindo alvos ou sendo interceptados no céu sobre as cidades.

Esse é o primeiro ataque direto do Irã contra Israel desde abril, quando Teerã atacou duas bases aéreas israelenses com mísseis e drones e atingiu partes das Colinas de Golã ocupadas.

Naquela ocasião, a maioria das armas lançadas pelo Irã foram interceptadas por Israel, pelos Estados Unidos ou por países árabes da região, como a Jordânia.

Mais cedo, um funcionário de alto escalão do governo dos Estados Unidos advertiu que o Irã estava preparando um °ataque iminente° com mísseis balísticos contra Israel.

A nova escalada do conflito na região ocorre em meio a uma nova ofensiva terrestre de Israel no sul do Líbano contra o Hezbollah, grupo que é apoiado pelo Irã.

Israel está expandido operações militares desde o ataque terrorista promovido pelo Hamas – outro grupo apoiado pelo Irã – contra Israel em 7 de outubro do ano passado, no qual cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, foram mortas, e cerca de 250 reféns foram levados para a Faixa de Gaza.

Em resposta, Israel iniciou uma operação militar em Gaza que já deixou mais de 40 mil mortos, de acordo com o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, além de deixar mortos em ataques no Líbano e no Iêmen.