Os contratos futuros de petróleo encerraram o pregão em firme alta nesta quarta-feira, 25, com a aceleração dos ganhos no final da sessão diante do aumento das tensões no Iêmen, o que pode afetar a oferta da commodity exportada pelo Oriente Médio.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo maio fechou em alta de 3,57% (US$ 1,70), a US$ 49,21 por barril. Na IntercontinentalExchange (ICE), em Londres, o Brent para o mesmo mês subiu 2,48% (US$ 1,37), a US$ 56,48 por barril.

No começo da tarde (horário de Brasília), as agências internacionais noticiaram que o presidente do Iêmen, Abed Rabbo Mansour Hadi, fugiu do país por meio do porto de Aden, à medida que os militantes do grupo terrorista Houthi se aproximam da cidade.

A partida de Hadi representa uma virada na situação política do país e significa o colapso do que restava de seu governo, que Estados Unidos e aliados do Golfo Pérsico tinham esperança de estabilizar.

A tensão na região é associada à alta do petróleo porque é pelo estreito de Babelmândebe, localizado entre o chifre da África e o território iemenita, que passam os navios carregados da commodity vindos do Golfo Pérsico para o Canal de Suez. De acordo com o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA, estima-se que 3,8 milhões de barris de petróleo bruto e produtos petrolíferos refinados passaram por essa rota em 2013.

“O planeta está desestabilizado e todo mundo sabe disso – a história do estreito de Babelmândebe é apenas um resumo de toda a tensão na região”, disse Richard Hastings, estrategista da Global Hunter Securities.

Combinada com o enfraquecimento do dólar em relação a boa parte das moedas, a notícia da fuga do presidente do Iêmen apagou a pressão que os dados dos estoques norte-americanos de petróleo impuseram sobre os contratos da commodity no final da manhã.

O DoE informou que os estoques norte-americanos de petróleo bruto aumentaram 8,17 milhões de barris na semana encerrada em 20 de março, para um total de 466,678 milhões de barris. O resultado ficou acima do esperado por analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam alta de 5,6 milhões de barris.

Em um primeiro momento, os contratos de petróleo da Nymex reagiram fortemente ao dado, inclusive tocando o território negativo, mas a tendência não se firmou. Fonte: Dow Jones Newswires.