26/11/2024 - 17:07
Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa hoje, com a expectativa e seguinte confirmação do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hezbollah. O acerto limita os riscos de uma escalada regional do conflito, o que teria potencial de colocar em risco parte da oferta global. Neste cenário, parte das atenções do mercado se volta para as tratativas sobre a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro fechou em baixa de 0,25% (US$ 0,17), a US$ 68,77 o barril, enquanto o Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fevereiro fecha em queda de 0,22% (US$ 0,16), a US$ 72,32 o barril.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou o fechamento de um acordo que prevê um cessar-fogo na guerra com o Hezbollah, mas avisou que a duração da trégua dependerá da capacidade do grupo de cumprir os termos combinados. Em discurso televisionado, Netanyahu explicou que a suspensão das hostilidades no Líbano permitirá que os israelenses foquem na ameaça do Irã.”Estou disposto a fazer o que for preciso para evitar que Irã desenvolva arma nuclear”, disse.
O Commerzbank lembra que o conflito no Oriente Médio ainda não conduziu a quaisquer déficits de abastecimento no mercado petrolífero. No entanto, cessar-fogo também pode aliviar o conflito ainda intenso entre Israel e o Irã, que poderia ter o potencial de perturbar o fornecimento de petróleo.
No caso da Opep+, que tem reunião marcada no próximo domingo, 1, o grupo planejou um aumento gradual da produção a partir de janeiro, mas isso levaria a um excesso de oferta considerável no próximo ano, aponta o Commerzbank. A grande maioria dos entrevistados em uma pesquisa da Bloomberg espera que o aumento de produção planejado seja adiado mais uma vez. O Commerzbank espera também que a Opep+ decida adiar o aumento pelo menos até ao final do primeiro trimestre.
Hoje, a Bloomberg divulgou que os principais países da Opep+ iniciaram discussões para adiar a retomada da produção de petróleo planejada para janeiro, possivelmente por vários meses. Segundo representantes da organização, os países duvidam que possam prosseguir com o aumento de 180 mil barris por dia atualmente programado para janeiro e também podem precisar adiar aumentos adicionais planejados para os meses seguintes, diante de sinais de um excesso de oferta global.