05/03/2020 - 17:29
Os contratos futuros de petróleo fecharam em território negativo nesta quinta-feira, 5, sem impulso em meio a um novo movimento de aversão ao risco nos mercados internacionais. O temor com o coronavírus e seus impactos na economia global continuou a pesar, enquanto investidores aguardavam para saber se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) podem cortar mais a oferta para sustentar os preços.
O petróleo WTI para abril fechou em queda de 1,88%, em US$ 45,90 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para maio recuou 2,23%, a US$ 49,99 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
No início do dia, o petróleo chegou a operar com ganhos, de olho em possíveis ações da Opep e aliados para diminuir a oferta.
Presidente da 178ª reunião do cartel realizada em Viena, Mohamed Arkab enfatizou no início da reunião dos envolvidos que a questão do coronavírus será levada em conta. A expectativa é por um anúncio sobre o tema nesta sexta-feira, quando haverá o segundo e último dia desse encontro das autoridades.
Ainda pela manhã, porém, a piora dos mercados acionários dos dois lados do Atlântico levou para baixo os contratos do petróleo, com investidores e analistas cautelosos sobre o impacto do coronavírus para a demanda pela commodity.
O petróleo ainda chegou a subir, em meio a relatos de que haveria um acordo na Opep+ por um corte conjunto adicional de 1,5 milhão de barris por dia na produção. A Opep recomendou uma redução nesse nível, mas não está claro se a Rússia concordará ou não com a medida. Em meio a essas dúvidas, os contratos voltaram a recuar.
A Capital Economics diz em relatório que o risco de uma pandemia global tem aumentado na última semana, o que poderia persuadir Moscou a apoiar os cortes adicionais. A consultoria disse que espera até a sexta-feira para poder reestimar suas projeções para a oferta do petróleo. “De um modo ou de outro, a disseminação do vírus exigirá que repensemos nossas projeções para o preço neste ano”, adianta.
Já Ann-Louise Hittle, vice-presidente da Wood Mackenzie, destacou em evento em Viena que os impactos do coronavírus serão cruciais para a decisão da Opep+, mas notou, segundo relatório da consultoria, que, caso a duração e o escopo do surto se disseminem, isso ampliará o impacto econômico da doença e, consequentemente, o impacto para o mercado de petróleo.