Os contratos futuros de petróleo registraram ganhos consideráveis nesta quinta-feira, 23, em uma semana de movimentos acentuados para eles. Continuou a haver recuperação da commodity, após fortes quedas recentes, e o risco geopolítico também esteve no radar. Analistas, porém, comentam que não se deve esperar grande impulso do óleo no futuro próximo nos mercados.

O petróleo WTI para junho fechou em alta de 19,74%, a US$ 16,50 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês subiu 4,71%, a US$ 21,33 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Após quedas históricas no início da semana, o petróleo subiu nas duas últimas sessões, incluindo a desta quinta-feira. Hoje, ajudou a apoiar os preços a notícia de que o líder da Guarda Revolucionária iraniana, Hossein Salami, havia autorizado um eventual ataque a navios americanos, em resposta a declarações do presidente Donald Trump, que havia ameaçado Teerã na quarta-feira.

Durante o pregão, o contrato do WTI chegou a avançar quase 30%, com as tensões bilaterais EUA-Irã. Além disso, o Julius Baer afirmou em relatório que, diante do relaxamento esperado nas medidas de quarentena e distanciamento físico, a demanda deve se recuperar, o que torna improvável que o contrato WTI de junho fique negativo quando estiver perto de vencer, como ocorreu no início da semana com o de maio.

Em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o analista-chefe de petróleo da OPIS by IHS Markit, Denton Cinquegrana, comentou que a tensão geopolítica de fato apoiou os contratos nos últimos dois dias, mas ressaltou que o elemento que neste momento “está orientando os preços” é a demanda, “ou a falta dela”, diante da pandemia de coronavírus.