Os contratos futuros de petróleo fecharam sem direção única, mas o Brent terminou com baixa semanal de mais de 10%, em meio aos desdobramentos sobre o impacto do coronavírus na demanda global.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho, que agora é o mais líquido, encerrou com queda de 1,96%, a US$ 25,53. Já o Brent para o mesmo mês avançou 0,93%, embora tenha tido recuo semanal de 10,80%.

O acordo firmado no último domingo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que prevê corte de 9,7 milhões de barris por dia (bpd) na produção da commodity, não estabilizou as cotações, que tiveram uma sequência de sessões marcadas pela volatilidade. “Enquanto as medidas de contenção do coronavírus permanecerem em vigor, acreditamos que os preços do petróleo permanecerão baixos”, avalia o ING

Nesta semana, a Agência Internacional de Energia (AIE) e a própria Opep divulgaram previsões pessimistas para a demanda global. Para a Capital Economics, mesmo que governos decidam comprar petróleo, em uma tentativa de equilibrar os desvios entre oferta e demanda, os preços não voltarão a níveis altos.

“China, Estados Unidos e India são os três maiores consumidores de petróleo e nós estimamos que eles, juntos, têm apenas espaço para 200 milhões de barris”, explica a consultoria, em relatório enviado a clientes.

Nesta sexta-feira, 17, a Arábia Saudita informou que a petrolífera estatal Saudi Aramco iria oferecer 8,5 milhões de bpd a partir de maio. De acordo com o BBH, o noticiário sobre o mercado é relativamente positivo, sobretudo com esforços de russos e sauditas. “Expectativas pela reabertura da economia dos EUA e de outras grandes economias continuam a ganhar tração, mas o mercado de petróleo permanece não convencido diante do buraco na demanda”, analisa o banco.