Os futuros de petróleo continuam operando em forte alta nesta manhã, mantendo a tendência vista na madrugada, em reação a ataques aéreos lançados ontem pela Arábia Saudita e outros países contra rebeldes houthi que tentam derrubar o governo do Iêmen.

A escalada da crise no Iêmen pegou os mercados de surpresa. Mais cedo, os preços do petróleo chegaram a subir mais de 5%, antes de reduzirem parte dos ganhos.

A situação no Iêmen se agravou horas depois de o presidente Abed Rabbo Mansour Hadi fugir do país, após militantes apoiados pelo Irã avançarem no sul do país. As últimas ocorrências ameaçam tornar o Iêmen ponto central da disputa entre o Irã e a Arábia Saudita, como as duas principais forças militares na região do Oriente Médio, e inflamar tensões sectárias que grupos extremistas – como a Al-Qaeda, podem explorar.

“O envolvimento da (Arábia Saudita), por um lado, sinaliza a determinação de derrubar os militantes, que estão governando de fato, mas por outro, pode elevar as tensões entre poderes regionais”, comentou a JBC Energy em nota a clientes.

Embora seja apenas um pequeno produtor de petróleo, o Iêmen está no caminho de algumas das mais importantes rotas para o transporte de petróleo. O estratégico estreito de Bab el-Mandeb, que divide o Iêmen e Djibuti, é um ponto de passagem crucial para navios carregados de petróleo que precisam atravessá-lo em direção ao Canal de Suez. No ano passado, cerca de 3,8 milhões de barris de petróleo bruto e derivados passaram diariamente pelo estreito, segundo o Commerzbank.

“O mais importante, pelo lado da oferta, é que o estratégico Bab el-Mandeb continue aberto para que não haja interrupções no fluxo de petróleo. Por enquanto, ainda não há impacto desse tipo na oferta”, disse a analista-chefe de petróleo da BMI Research, Marina Petroleka.

Às 8h57 (de Brasília), o Brent para maio tinha alta de 4,39%, a US$ 58,96 por barril, na plataforma eletrônica ICE, enquanto na Nymex, o petróleo para o mesmo mês subia 4,35%, a US$ 51,35 por barril. Fonte: Dow Jones Newswires.