O petróleo opera em alta, com investidores em busca de barganhas e cobertura de posições. Além disso, os anúncios de cortes nos juros e no compulsório dos bancos do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) podem ajudar a sustentar os preços, ainda que não haja sinais de uma reação significativa das mínimas em vários anos registradas na segunda-feira, quando os mercados pelo mundo mostraram cautela com o quadro na China.

Nesta terça-feira, os mercados de petróleo pareciam não dar importância a uma queda maior nas ações chinesas, que fecharam em baixa de 7,6% em Xangai. Depois dos fechamentos na Ásia, o PBoC anunciou o corte nas taxas de juros e no compulsório bancário. As medidas podem resultar em um maior impulso para a economia chinesa, crucial para o mercado de petróleo.

Às 8h15 (de Brasília), o petróleo para outubro subia 2,41%, a US$ 39,15 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para outubro avançava 2,65%, a US$ 43,82 o barril na plataforma ICE, em Londres.

Alguns agentes do mercado disseram mais cedo que a reação nos preços da commodity era impulsionada por compradores que buscavam cobrir posições, realizando lucros após baixas recentes. O analista Daniel Ang, da Philip Futures, afirmou que os investidores devem esperar maiores declínios. Falando antes dos anúncios do PBoC, Ang disse que pode haver mais quedas no petróleo, diante das turbulências na China, e que havia a “possibilidade” de que o petróleo recuasse até as mínimas de 2008, quando em Nova York chegou a US$ 32,4 o barril e o Brent foi cotado a US$ 36,2 em Londres.

A China é o maior consumidor de commodities do mundo e o segundo maior consumidor de petróleo, atrás dos Estados Unidos. A demanda do país asiático tem superado sua demanda por outras commodities, já que Pequim aproveita para estocar mais petróleo. Com os sinais de desaceleração econômica na potência asiática, porém, os participantes do mercado mostram-se preocupados com o risco de queda na demanda chinesa.

Analistas têm destacado o pessimismo nos mercados das commodities, comparável segundo eles à crise financeira de 2008 e 2009. O diretor global de commodities do Standard Chartered, Paul Horsnell, disse que, após a crise de 2008, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) levou algum tempo para estabilizar o mercado, com um corte na produção de 5,5 milhões de barris ao dia. Agora, porém, o cartel não adotou nenhuma medida nessa linha, nem deve tomar essa decisão no curto prazo. Fonte: Dow Jones Newswires.