Os futuros de petróleo operam em forte baixa nesta manhã, em meio ao fraco desempenho dos mercados financeiros globais, preocupações com o excesso de oferta global da commodity e fatores técnicos.

Temores relacionados à desaceleração da China, a segunda maior economia do mundo, têm pressionado os ativos financeiros nas primeiras semanas do ano e contribuído para o sentimento negativo nos mercados de petróleo.

“Fundamentos baixistas têm claramente pesado nos preços do petróleo (este ano), mas as vendas financeiras causadas por preocupações macroeconômicas também desempenham um papel importante”, comentou o Citi, em relatório. O banco norte-americano cortou suas projeções para os preços da commodity, para US$ 34 por barril neste ano e US$ 31 por barril em 2017.

A Bolsa de Hong Kong fechou o pregão de hoje no menor nível desde julho de 2012, enquanto o mercado acionário japonês entrou em “território baixista” – ao acumular perdas de mais de 20% em relação a sua máxima mais recente – e as bolsas chinesas recuaram 1%, após dois dias consecutivos de ganhos. Na Europa, as ações também abriram em forte baixa.

A liquidação nas bolsas agrava o sentimento negativo que afeta os mercados de petróleo desde o início do mês. Investidores temem que a demanda da China, que consome cerca de 12% do petróleo no mundo, poderá diminuir à medida que o gigante asiático migrar para um modelo econômico menos dependente de energia. Ontem, autoridades chinesas anunciaram que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 6,9% em 2015, o ritmo mais fraco em 25 anos.

Em relação ao excesso de oferta, que vem pressionando as cotações do petróleo desde 2014, não há sinais de que essa situação vá mudar no curto prazo. Ontem, a Agência Internacional de Energia (AIE) avaliou que, “a menos que algo mude, o mercado de petróleo deverá continuar submerso em excesso de oferta”. A AIE prevê que haverá um superávit de 1,5 milhão de barris por dia no primeiro semestre de 2016.

Também há expectativas de que o Irã eleve suas exportações de petróleo, após o levantamento de sanções internacionais, como parte do acordo histórico – assinado no ano passado – para restringir o programa nuclear de Teerã.

Os futuros também são pressionados por uma questão técnica. Segundo Daniel Ang, analista de energia da Phillip Futures, o fato de o contrato para fevereiro na New York Mercantile Exchange estar para vencer hoje leva a maioria dos operadores a fechar posições e a começar a negociar o contrato para março.

Às 9h23 (de Brasília), o petróleo para fevereiro na Nymex caía 2,92%, a US$ 27,63 por barril, depois de chegar a ser negociado a US$ 27,32 por barril, o menor nível intraday desde 2003, enquanto o contrato para março recuava 2,33%, a US$ 28,88 por barril. Na ICE, o Brent para março tinha baixa de 1,81%, a US$ 28,24 por barril. Fonte: Dow Jones Newswires.