03/04/2020 - 17:06
Os contratos futuros de petróleo tiveram mais um dia de fortes altas, fechando com ganhos semanais superiores a 30%, sustentados por renovadas expectativas por acordos no corte da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados(Opep+) e de outras nações, como os Estados Unidos, Canadá e Brasil.
O petróleo WTI para maio fechou em alta de 11,93%, em US$ 28,34 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), subindo 31,7% na semana. Já o Brent para junho avançou 13,93%, a US$ 34,11 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), com disparada semanal de 36,8%.
As perspectivas para uma resolução no impasse entre Rússia e Arábia Saudita direcionaram as cotações desta sexta. De madrugada, a agência Dow Jones Newswires noticiou que a Opep+ vai realizar uma teleconferência na segunda-feira para debater possíveis cortes na produção, embora a Rússia não tenha confirmado participação.
Fontes do grupo não descartaram a possibilidade de uma redução de 10 milhões de barris por dia (bpd). Esse cenário, no entanto, dependeria da adesão de países que não fazem parte da aliança, entre eles Brasil, Canadá e EUA, que diminuiriam suas produções em quase 2 milhões de bpd. Os russos ficariam responsáveis por corte de 1,5 milhões de bpd, enquanto os sauditas cortariam ao menos 3 milhões de bpd.
Nos EUA, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, ponderou, em entrevista à Bloomberg TV, que o governo americano não tem autoridade para ditar as decisões de mercado das petroleiras, mas vários produtores independentes sinalizaram que podem aderir ao acordo, apesar de temores a respeito da legislação antitruste.
O país é um dos mais atingidos pelas consequências da crise no setor, com o número de poços e plataformas de petróleo em atividades recuando 62, a 562, segundo informou hoje a Baker Hughes.
Na avaliação da Capital Economics, a reação de investidores ao noticiário tem sido exagerado, já que ainda não houve um acordo concretizado.
“Dado que o mercado agora espera forte redução na produção, qualquer coisa menos que isso pode fazer com que os preços entrem em queda livre”, acredita a consultoria, que acrescenta que, mesmo que haja um pacto, uma estabilização vai depender de sinais de desaceleração do coronavírus.