18/02/2016 - 18:58
Os preços do petróleo chegaram ao fim desta quinta-feira, 18, em direções divergentes, com o WTI (West Texas Intermediate) em leve alta em Nova York e o Brent em baixa modesta. Os preços subiram pela manhã, com otimismo quanto ao acordo entre alguns grandes produtores para congelar a produção nos níveis de janeiro e depois de o American Petroleum Institute (API) divulgar a estimativa de que os estoques de petróleo bruto dos EUA teriam se reduzido em 3,3 milhões de barris na semana passada. Em Nova York, o petróleo bruto chegou a subir US$ 1,32 (4,31%), para a máxima intraday de US$ 31,98 por barril; a máxima do Brent foi em US$ 35,73 por barril, com alta de US$ 1,23 (3,57%).
No meio da manhã, porém, os preços passaram a recuar, depois de o Departamento de Energia (DoE) informar que os estoques tiveram um crescimento de 2,147 milhões de barris na semana passada; os estoques de gasolina e de destilados também cresceram, quando os analistas previam reduções, e a produção norte-americana se manteve acima dos 9,1 milhões de barris/dia.
“Os estoques norte-americanos e globais estão chegando aos níveis máximos e a produção mundial mostra poucos sinais de desaceleração”, observou o estrategista Rob Haworth, do US Bank Wealth Management.
Outro fator para os preços do petróleo recuarem foi a notícia da agência France Presse de que o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, disse que seu país “não está preparado” para reduzir sua produção. “Se outros produtores querem limitar ou concordar com um congelamento em termos de produção adicional, isso pode ter impacto no mercado, mas a Arábia Saudita não está preparada para cortar sua produção. A questão do petróleo será determinada pela oferta e pela demanda e pelas forças do mercado. O reino da Arábia Saudita vai proteger sua participação no mercado, e nós já dissemos isso”, disse o ministro, segundo a AFP.
As declarações de Al-Jubeir trazem novas dúvidas sobre a implementação do acordo preliminar anunciado na terça-feira pelos ministros da Energia da Rússia, da própria Arábia Saudita, do Qatar e da Venezuela e depois endossado pelo Kuwait e pelos Emirados Árabes Unidos. O Irã disse que apoia o acordo, mas se reserva o direito de aumentar sua produção até reconquistar a participação no mercado que o país tinha até suas exportações serem bloqueadas pelas sanções econômicas impostas pelos EUA em 2012.
Hoje, o Iraque também manifestou apoio condicional ao acordo. O porta-voz do Ministério do Petróleo, Asim Jihad, disse que “o Iraque quer a estabilidade do mercado de petróleo e vai contribuir com qualquer ação que dê sustentação aos preços, mas somente se todos os produtores da Opep e fora dela fizerem o mesmo”. O ministro Adel Abdul Mahdi, por sua vez, disse que “a deterioração dos preços do petróleo teve impacto direto na economia global e a responsabilidade histórica dos produtores requer uma grande rapidez em encontrar soluções positivas que ajudem os preços a voltar aos níveis normais”.
“O acordo tem que envolver todo mundo e depende da concordância de todas as partes. Como seria de se esperar, haverá obstáculos adiante”, comentou o analista Michael Paulsen, da Global Risk Management.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos de petróleo para março fecharam a US$ 30,77 por barril, em alta de US$ 0,11 (0,36%). Na Intercontinental Exchange (ICE), os contratos do petróleo Brent para abril fecharam a US$ 34,28 por barril, em queda de US$ 0,22 (0,64%). Fonte: Dow Jones Newswires