17/08/2022 - 11:54
Nesta quarta-feira (17) a Polícia Federal deflagrou a Operação Lottus, para desarticular uma organização criminosa que despachava drogas vindas do Paraguai pelo Lago Itaipu para vários estados, concentrando as remessas em Lajeado, no Rio Grande do Sul.
São 70 policiais federais cumprindo 14 mandados judiciais nas cidades de Cascavel e Toledo, no Paraná, e em um resort de luxo na praia de Porto de Galinhas, em Pernambuco, onde um dos membros da organização criminosa se hospedava de férias.
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A Justiça Federal de Cascavel (PR) também determinou a prisão preventiva dos sete principais integrantes da quadrilha e a apreensão de automóveis, imóveis e contas bancárias dos investigados e de laranjas.
O esquema
A PF suspeita de que os criminosos usavam um advogado especializado em contabilidade, que fazia a abertura de empresas fictícias em nome de outros criminosos. Depois, eram emitidas notas fiscais de venda de produtos naturais para encobrir a remessa de drogas que vinham das transportadoras de Cascavel.
Segundo a apuração, os traficantes praticavam o esquema desde 2020 e envolviam não só as empresas, mas também toda a identidade visual das companhias, como logomarca, uniformes, adesivos de veículos e embalagens para simular a remessa de produtos naturais com veracidade.
O líder do esquema tinha ao menos quatro empresas de fachada para lavar dinheiro, que eram administradas com a ajuda do advogado. Os segmentos das lojas variavam: de roupas, autocenter e até móveis.
O despacho e transporte das drogas era feito, na maior parte das vezes, por mulheres com filhos menores, pensando na possibilidade de prisão e soltura mais rápida, caso fossem descobertas.
A quadrilha também é suspeita, além de traficar drogas, de uma tentativa de homicídio em Matelândia (PR), que aconteceu em fevereiro deste ano. Dois investigados planejaram e executaram o plano, e outro membro do grupo forneceu os endereços atualizados da vítima, usando uma consulta em sistemas oficiais da Justiça.
Operação Lottus
A investigação se chama Operação Lottus por conta da flor de lótus, utilizada pelos criminosos como uma “marca registrada” nos logotipos e uniformes das empresas de fachada. Essa foi uma característica que chamou atenção dos investigadores já que o desenho foi encontrado em diferentes apreensões de drogas nas transportadoras.
Os envolvidos devem responder pelos crimes de tráfico transnacional de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro.