A Procter & Gamble anunciou nesta quinta-feira que vai cortar 7.000 empregos, ou cerca de 6% de sua força de trabalho, nos próximos dois anos, como parte de um novo plano de reestruturação que vem em um ambiente de demanda irregular e custos maiores gerados pela guerra comercial.

A maior empresa de bens de consumo do mundo também planeja abandonar algumas categorias de produtos e marcas em determinados mercados, disseram os executivos em uma conferência do Deutsche Bank em Paris, acrescentando que o novo plano pode provavelmente incluir alguns desinvestimentos, sem dar detalhes.

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O plano de reestruturação da companhia ocorre em um momento em que se espera que os gastos dos consumidores permaneçam sob pressão este ano. Além disso, os fabricantes globais de bens de consumo, incluindo a P&G e a Unilever, se preparam para um novo impacto na demanda devido à inflação.

“Essa não é uma nova abordagem, mas sim uma aceleração intencional da estratégia atual…para vencer no ambiente cada vez mais desafiador em que competimos”, disseram executivos.

A P&G acrescentou que o plano de reestruturação ajudará a simplificar a estrutura organizacional, “tornando as funções mais amplas” e as “equipes menores”.

A empresa tinha cerca de 108 mil funcionários em 30 de junho de 2024 e disse que os cortes de empregos representarão cerca de 15% de sua força de trabalho não industrial.

Os planos de venda de certas marcas também ajudarão a ajustar a cadeia de suprimentos a fim de reduzir custos, disse a P&G.

As tarifas de importação anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sacudiram os mercados globais e geraram temores de uma recessão no país, o maior mercado para a P&G. A empresa importa ingredientes brutos, materiais de embalagem e alguns produtos acabados da China para os EUA.

A guerra comercial de Trump custou às empresas mais de US$34 bilhões em vendas perdidas e custos mais altos, de acordo com uma análise da Reuters, um valor que deve aumentar.