28/04/2004 - 7:00
Que tal trocar a beca por um avental? Eis a idéia recém-lançada pelo governo francês. Ele abrirá em Reims, na região de Champanhe, no final deste ano, o Instituto de Altos Estudos do Sabor, da Gastronomia e das Artes da Mesa. É uma espécie de universidade da culinária. Formará PhD?s na ciência da boa mesa. Reunirá os mais renomados profissionais da cozinha internacional, especialistas em paladar, químicos, economistas e até neurofisiologistas. A idéia é estudar os alimentos e temperos nos menores detalhes. É como juntar na mesma panela todos os ingredientes necessários para criar um belo prato.
A iniciativa de montar o instituto partiu de Renaud Dutreil, secretário de Estado de pequenas e médias empresas. Além de formar uma elite gastronômica, o objetivo do instituto é exportar a França como marca para o mundo. Estima-se que mais da metade dos alunos será de estrangeiros. É um modo de levar a culinária francesa para as mesas do mundo inteiro. Os alunos aprenderão a comandar os fogões com mestres da cozinha como o chef Alain Ducasse e Pierre Gagnaire. São grifes que demonstram a seriedade da nova instituição. Outro fator que faz a universidade ultrapassar escolas tradicionais como a Le Cordon Bleu, na França, ou o The Culinary Institute of America, nos Estados Unidos, são os patrocínios. Empresas como Hermès, Moët Henessy, Carrefour e Michelin, a mesma que edita o cobiçado guia de restaurantes, pagarão 15 mil euros por ano para ter o direito de associar suas imagens ao curso.
As aulas serão ministradas em francês e terão tradução simultânea para o inglês. Para vestir o cobiçado avental não basta ter talento. Os interessados devem preencher alguns requisitos. É preciso, por exemplo, ter nível superior, sete anos de experiência no setor gastronômico e fluência em alguns dos idiomas falados nas salas de aula ? inglês, francês e italiano. O mais importante, contudo, é ter dinheiro. Serão US$ 5 mil por ano mais US$ 3 mil pelas hospedagens.