O Globo de Ouro (ou Golden Globe Awards, em inglês) é uma premiação realizada no início de cada ano, em Los Angeles, para homenagear os melhores profissionais do cinema e da televisão americana, de acordo com a opinião da crítica especializada. Neste ano, a cerimônia, considerada uma espécie de prévia do Oscar, foi marcada pela elegância da plateia, que reuniu de A a Z da telona e da telinha. Seis artistas presentes usaram peças da alta relojoaria e joalheria suíça Piaget. Foi o caso da atriz Jessica Chastain, indicada à melhor atriz coadjuvante no longa The Most Violent Year.

Ela ornou seu Versace com os brincos da Piaget Lime­light Couture Précieuse, trabalhados em diamante e ouro branco. Depois do sucesso no tapete vermelho, na chamada Cidade dos Anjos, a próxima parada da marca suíça será o Brasil. A Piaget anunciou recentemente a abertura de sua primeira butique na América Latina, no Shopping Cidade Jardim, na capital paulista, para março deste ano. Nicole Kramer, diretora de marketing e comunicação da companhia no continente, esteve em São Paulo, no mês passado, para acertar os últimos detalhes da inauguração da loja, que será decorada nas cores bege, negro e marrom – e com muito ouro nos detalhes. 

“A butique será como nossos relógios, cheia de ouro”, diz a executiva, referindo-se aos produtos da Piaget, que são completamente revestidos em ouro – seja branco, dourado ou rosado. “Esse é um dos nossos diferenciais em relação aos concorrentes”, afirma Nicole. O desembarque da Piaget, entretanto, acontece com um certo atraso – a previsão inicial era de que a unidade seria inaugurada em novembro do ano passado. Os planos, entretanto, foram retardados, segundo Nicole, pelas dificuldades de importação verificadas no País: “Nossas butiques têm de seguir o mesmo padrão de qualquer outra no mundo”, diz. “Por isso, foi necessário importar uma série de materiais que não encontramos no Brasil.”

A julgar pela força do mercado brasileiro de luxo, abrir uma butique no País seria um passo óbvio. No entanto, como afirma Nicole, a decisão foi tomada depois de muita ponderação. Isso porque é a Argentina o mercado mais importante para a grife na América Latina. O Brasil só levou a melhor por causa do seu potencial. “Ainda temos muito para crescer aqui”, diz Nicole. A Piaget, segundo a executiva, diferentemente do que acontece na Argentina, enfrenta uma deficiência de posicionamento de mercado, no Brasil e no México – países em que está associada a consumidores mais maduros “Aqui, a marca tem pouco apelo com os jovens”, diz Nicole. “Queremos ser vistos como tradicionais, mas não velhos.”

Para rejuvenescer sua marca, a empresa, fundada em 1874, no vilarejo alpino de La Côte-aux-Fées, tem investido em peças mais descoladas, como o cronógrafo Limelight Magic Hour, cuja estrutura principal gira sobre o mostrador redondo, criando, no mínimo, três tipos de relógios diferentes, pela bagatela de US$ 31 mil. Os modelos da marca também são conhecidos por sua espessura finíssima. O Altiplano Chronograph, lançado em janeiro, é o cronógrafo com corda manual mais fino do mundo, com preço de US$ 29 mil. Esses dois produtos estarão expostos na butique paulistana, que, de acordo com Nicole, contará com produtos nunca vistos antes no País. A loja, que ocupará uma área de 82 m², terá como vizinha uma tradicional rival, a sua compatriota Vacheron Constantin.

Embora concorrentes, as duas grifes pertencem a um dos maiores grupos da indústria de luxo do mundo, o Richemont, que conta com uma receita anual de US$ 14,5 bilhões, e também é dono da relojoaria francesa Cartier e da Montblanc, conhecida por suas canetas de luxo. “A estratégia da Piaget para se diferenciar dos concorrentes está baseada na utilização abusiva de pedras preciosas, como ouro, diamante, safira, platina e até titânio”, diz Amnon Armori, professor especializado em luxo da Faap, em São Paulo. Nicole Kramer, a diretora da Piaget, faz questão de frisar que aposta na força do mercado de luxo brasileiro. “Tenho certeza de que vamos surpreender nossos futuros clientes”, afirma.