22/08/2025 - 9:09
A economia da Alemanha encolheu 0,3% no segundo trimestre em comparação com os três primeiros meses do ano, uma vez que a demanda de seu principal parceiro comercial, os Estados Unidos, desacelerou após meses de compras em antecipação às tarifas dos EUA.
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O escritório de estatísticas revisou na sexta-feira sua leitura preliminar de uma contração de 0,1%, diminuindo ainda mais as expectativas de uma recuperação sustentada da maior economia da Europa este ano.
“Parece cada vez mais improvável que qualquer recuperação substancial se concretize antes de 2026”, disse Carsten Brzeski, chefe global de macroeconomia do ING.
A Alemanha foi o único membro das economias avançadas do G7 que não cresceu nos últimos dois anos e as tensões comerciais podem colocá-la a caminho de um terceiro ano de recessão pela primeira vez na história alemã do pós-guerra.
Reavivar a economia é uma das principais prioridades do novo governo alemão, especialmente devido aos temores de que as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, possam causar ainda mais sofrimento para a economia voltada para a exportação. Uma tarifa básica de 10% dos EUA entrou em vigor em 5 de abril.
O governo alemão aprovou um “estímulo ao investimento”, que oferece melhores opções de depreciação para as empresas, e prometeu gastos extras com defesa e infraestrutura, além de uma redução no imposto corporativos.
A ministra da Economia do País, Katherina Reiche, pediu reformas econômicas urgentes nesta sexta-feira.
“Os números ilustram a necessidade urgente de ação”, disse Reiche em um comunicado, acrescentando que “reformas estruturais ousadas e de maior alcance são essenciais para que a economia alemã se torne competitiva”.
Essas reformas incluem jornadas de trabalho mais flexíveis, uma redução nos custos trabalhistas não salariais, menos burocracia e preços mais baixos de energia, além de diminuir, em vez de aumentar, a carga tributária sobre as empresas, disse ela.
“O que foi decidido até agora não é suficiente, é necessário mais para tornar a Alemanha competitiva novamente e colocá-la de volta no caminho do crescimento”, disse um porta-voz do ministério à Reuters.
A produção industrial, em particular, teve um desempenho pior do que o inicialmente previsto, informou o escritório de estatísticas.
O consumo das famílias no segundo trimestre foi revisado para baixo, para um aumento de 0,1%, devido a novas informações disponíveis sobre os setores de serviços.
Os gastos do governo aumentaram 0,8% em relação ao trimestre anterior, informou o escritório de estatísticas. O investimento diminuiu significativamente no segundo trimestre, caindo 1,4%.
Também não houve contribuições positivas do comércio exterior. No segundo trimestre, as exportações totais de bens e serviços caíram 0,1% em relação ao trimestre anterior.