03/12/2024 - 9:01
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 0,9% no 3º trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, segundo mostrou nesta terça-feira, 3, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 3 trilhões.
O resultado veio dentro do esperado pelo mercado e representa uma desaceleração frente ao 2º trimestre, quando a alta foi de 1,4%, mas ainda mostra uma economia aquecida mesmo diante da taxa básica de juros em trajetória de alta.
Na comparação com o 3º trimestre do ano passado, o crescimento foi de 4%.
Com o resultado, a economia brasileira acumulou alta de 3,3% no ano e de 3,1% nos últimos quatro trimestres.
O PIB é o resultado da soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir o desempenho e a evolução da economia. Medido pelo IBGE no Brasil, ele é divulgado a cada três meses.
O que puxou o PIB
Entre os setores, as altas nos Serviços (0,9%) e na Indústria (0,6%) contribuíram para a taxa positiva no 3º trimestre, ainda que a Agropecuária tenha recuado 0,9% no período.
Pela ótica da despesa, o Consumo das Famílias teve expansão de 1,5%, o Consumo do Governo cresceu 0,8% e os Investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) tiveram alta de 2,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
A taxa de investimento foi de 17,6% do PIB, acima dos 16,4% registrados no terceiro trimestre de 2023. Já a taxa de poupança foi de 14,9%, abaixo dos 15,4% do mesmo trimestre de 2023.
Principais destaques do PIB no 3º trimestre:
- Serviços: 0,9%
- Agropecuária: -0,9%
- Indústria: 0,6%
- Construção: -1,7%
- Comércio: 0,8%
- Consumo das famílias: 1,5%
- Consumo do governo: 0,8%
- Investimentos: 2,1%
- Exportações: -0,6%
- Importação: 1%
A atividade econômica vem mostrando resiliência com resultados que têm surpreendido, devido principalmente a um mercado de trabalho forte com ganhos de renda, além de melhores condições de crédito.
Esse vigor, porém, tem levado a sucessivas revisões para cima também das expectativas para a inflação e para a Selic. No mercado financeiro, cresce aposta de alta de 0,75 ponto na Selic na reunião do Copom da próxima semana.
“Embora positivo, para mantermos esse ritmo de crescimento de maneira sustentável é necessário que o país tenha ganhos de produtividade, o que não estamos vendo por ora. Esse cenário leva a um aquecimento da economia para além da sua capacidade (hiato positivo) e torna o controle de preços mais desafiador”, avaliou Claudia Moreno, economista do C6 Bank.
IBGE revisa para cima alta do PIB de 2023
O IBGE também revisou o resultado do PIB do ano passado para uma alta de 3,2%, ante leitura anterior de crescimento de 2,9%. Segundo o instituto, o ajuste ocorreu em razao de revisões nos números de Serviços (de 2,4% para 2,8%), na Indústria (de 1,6% para 1,7%) e na Agropecuária (de 15,1% para 16,3%).
Fazenda fala em revisar para cima projeção
Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que, com o resultado, a atual projeção de alta de 3,3% do PIB em 2024 deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços.
“Os resultados observados para o PIB no terceiro trimestre mostraram que a economia brasileira seguiu em ritmo robusto de expansão mesmo com menores impulsos fiscais, impulsionada pelo bom desempenho da indústria de transformação e construção e pelo crescimento na prestação de serviços diversos. Pela ótica da demanda, essa expansão se refletiu em forte expansão do consumo das famílias e, principalmente, do investimento”, avaliou a Fazenda.
A expectativa atual do mercado financeiro é de um avanço de 3,22% neste ano, segundo o último boletim Focus do banco Central.