O Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que a economia mundial crescerá 3,0% em 2023 e 2,9% em 2024. Em seu mais recente relatório Perspectiva Econômica Mundial, divulgado nesta terça-feira, 10, o Fundo reafirma a projeção para o ano atual, mas corta em 0,1 ponto porcentual a expectativa para 2024, na comparação com suas projeções de julho.

Para os EUA, o FMI espera alta de 2,1% no PIB no ano atual, o que repetiria o resultado de 2022 e representa um avanço de 0,3 ponto porcentual ante a expectativa de julho. Para 2024, espera crescimento de 1,5% no PIB americano, avanço de 0,5 ponto ante julho.

Na zona do euro, por outro lado, houve corte de 0,2 ponto na projeção para o avanço do PIB no ano atual, a 0,7%. Em 2024, o FMI projeta alta de 1,2% no PIB da região da moeda comum, quando em junho esperava avanço de 1,5%. Apenas na Alemanha, ele espera contração de 0,5% neste ano e avanço de 0,9% em 2024 (cortes de 0,2 e 0,4 pontos ante julho, respectivamente).

Ainda na Europa, o FMI considera que o Reino Unido terá alta de 0,5% em seu PIB neste ano e de 0,6% em 2024. Houve revisão de 0,1 para cima na expectativa no ano atual, mas corte de 0,4 para o próximo.

No caso do Japão, o FMI acredita em crescimento de 2,0% neste ano e de 1,0% no próximo. Para 2024, houve revisão em alta de 0,6 ponto na expectativa, enquanto a de 2024 não sofreu alteração.

Divergências globais e inflação

O FMI afirma que a economia mundial ainda passa por um processo de “cicatrização”, após o choque da covid-19. Depois de uma retomada inicial mais forte do auge do choque, o ritmo da recuperação se mostra mais moderado.

Segundo o Fundo, há “várias forças” que seguram a recuperação. Algumas refletem consequências de longo prazo da pandemia, a guerra da Rússia na Ucrânia e a “crescente fragmentação geoeconômica”, aponta. Outros são mais cíclicos, como os efeitos do aperto monetário para reduzir a inflação, a retirada de apoio fiscal em quadro de elevado endividamento e também “eventos climáticos extremos”. O Fundo vê os riscos ao quadro como “voltados para baixo, porém mais equilibrados”.

Sobre a inflação, o FMI diz que a vê “mais perto, mas ainda não lá” onde deveria estar. A queda nos preços de energia, e, em menor grau, a dos alimentos apoia esse movimento. Já o núcleo do índice, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, mostra desaceleração mais gradual, acrescenta.

O FMI lembra que vários grandes bancos centrais pelo mundo apertaram a política monetária, para conter a inflação. E cita a China como a exceção, com relaxamento monetário para tentar apoiar a atividade.