19/05/2025 - 14:02
O Ministério da Fazenda divulgou nesta segunda-feira, 19, uma projeção de crescimento maior para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2025. De acordo com o Boletim Macrofiscal, elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a economia deve crescer 2,4% este ano, levemente acima dos 2,3% projetados em março.
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Segundo a SPE, a revisão está relacionada à maior expectativa de crescimento no primeiro trimestre e ao aumento esperado para a produção agropecuária no ano. A projeção é que o setor agro tenha expansão de 6,3% no ano, enquanto a indústria de 2,2% e de 2% para o setor de serviços.
Na avaliação da Secretaria, o quadro de incertezas no cenário externo se mantém, mesmo com a redução temporária nas alíquotas de importação impostas pelos Estados Unidos, mas as dúvidas quanto os rumos da política comercial continuam pressionando para baixo a cotação do dólar e para cima os rendimentos de títulos americanos mais longos, ao contrário do esperado em contexto de maior aversão ao risco.
Para o segundo semestre, a expectativa é que a economia deva reduzir a aceleração registrada no primeiro trimestre, ficando próxima à estabilidade na segunda metade do ano. O PIB previsto pelo governo para o primeiro trimestre é de alta de 1,6%. Em março, a expectativa era de 1,5%.
“Apesar da moderação no ritmo de crescimento de setores cíclicos e de menores impulsos vindos do mercado de trabalho e crédito, a perspectiva é de aceleração do crescimento do PIB na margem, repercutindo, principalmente, o forte crescimento esperado para a produção agropecuária. Resultados observados pouco melhores que o esperado para a indústria e serviços levaram a um aumento marginal nessa projeção”, diz o documento.
Para 2026, o crescimento previsto é de 2,5%.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sinalizador também chamado de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado hoje, registrou alta de 0,8% em março na comparação com o mês anterior e encerrou o primeiro trimestre com expansão de 1,3%.
A leitura do mês ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,5%, e mostrou aceleração em relação à alta de 0,5% registrada em fevereiro, em dado revisado pelo BC de um crescimento de 0,4% informado antes.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 3,5%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 4,2%.
O resultado oficial do PIB no 1º trimestre será divulgado pelo IBGE no dia 30 dia maio.
Inflação fora da meta
O documento aponta que o enfraquecimento do dólar, em paralelo à redução no ritmo mundial de crescimento e queda nos preços de commodities, pode reduzir pressões inflacionárias para países latino-americanos no curto prazo. Contudo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), índice oficial de inflação, é projetado em 5% em 2025, acima dos 4,9% projetados em março e fora do teto de meta, de 4,5%.
Segundo o governo, a nova projeção levemente maior reflete “pequenas surpresas nas variações para o índice em março”. A expectativa é de que a inflação passe “a ser observada de maneira mais regular apenas a partir de setembro”, de acordo com o Boletim.
Já para 2026, a projeção de IPCA se manteve relativamente constante, passando de 3,5% para 3,6%, dentro do intervalo da meta de inflação. De 2027 em diante, espera-se convergência da inflação ao centro da meta.