Na véspera da disputa pela liderança do PMDB na Câmara, o deputado  Leonardo Picciani (RJ), ganhou três reforços externos em sua tentativa  de ser reeleito para o comando da legenda na Casa.

Além de  Marco Antônio Cabral e Pedro Paulo, exonerados de seus cargos de  secretário estadual de Esportes e secretário de Coordenação de Governo  do Rio de Janeiro, respectivamente, o atual líder ganhou o apoio de  Átila Nunes (RJ), reconhecido na tarde desta terça-feira, 16, como sendo  do PMDB.

No final do ano passado, a posse de Nunes como  deputado federal foi articulada por Picciani, com apoio do comando do  PMDB fluminense, para que Átila apoiasse a reeleição do conterrâneo à  liderança. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contudo, se  negou a dar posse, alegando que Átila não podia ser empossado deputado,  pois exercia mandato de vereador no Rio.

A posse foi dada  graças a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas como filiado ao  PSL, legenda pela qual foi eleito. O parlamentar, no entanto, está  filiado ao PMDB desde 1º de outubro do ano passado. A Câmara alegou que,  para que fosse considerado quadro do PMDB, era preciso que o partido  fizesse uma comunicação formal.

O comunicado da Executiva  Nacional, comandada pelo vice-presidente Michel Temer, chegou à Câmara  na segunda-feira, 15, e foi acatado por Cunha no início da tarde desta  terça-feira.

Com isso, a bancada do PMDB passa de 67 para  69 deputados. Nesta quarta-feira, 17, dia da eleição, este número deve  chegar a 70 com a volta do ministro da Saúde, Marcelo Castro. Seu pedido  de afastamento deve ser apresentado à Casa Civil até o final do dia e  sua exoneração deverá ser publicada no Diário Oficial da União (DOU)  desta quarta.

Apoiador da candidatura de Hugo Motta (PB),  Cunha criticou as trocas promovidas por Picciani e seus aliados.  ”Manobra está sendo feita na tentativa de liderança do PMDB, que está  trazendo titular, mas não para sair suplente do PMDB e sim para nomear  deputados provisoriamente de outros partidos para crescer a bancada.  Isso aí é que é a manobra”, afirmou o presidente da Câmara nesta manhã.

Na  noite desta segunda-feira, ele já havia criticado o retorno de Castro.  ”Me preocupa muito a situação do ministro da Saúde, com a crise que  temos, o ministro largar (o cargo) para participar do processo é muito  ruim”, afirmou.