O PicPay anunciou lucro de R$ 62 milhões no primeiro semestre de 2024, um salto de 24 vezes em relação aos R$ 2,5 milhões do mesmo período do ano passado, e quase duas vezes maior que o resultado de 2023 inteiro. O banco digital chegou a 56,7 milhões de contas digitais e a 36 milhões de clientes ativos, sétimo maior do País em número de clientes.

A companhia teve um retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) anualizado de 17,6% no primeiro semestre. Nos primeiros seis meses de 2024, a receita líquida foi de R$ 2,4 bilhões, aumento de 50%.

O CEO do PicPay, Eduardo Chedid, destaca que a empresa recebeu R$ 175,2 bilhões, considerando tudo que entra na casa – como depósitos, Pix -, um aumento anual de 77%. “Se o cliente está colocando cada vez mais dinheiro, é sinal que somos vistos cada vez mais como a principal plataforma em que ele gerencia sua vida financeira”, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Em volume financeiro, os cartões dos clientes do PicPay movimentaram R$ 188,6 bilhões no primeiro semestre, aumento de 66%. Só em cartões da casa, foram R$ 17 bilhões.

O PicPay atuava até há pouco tempo mais como um marketplace de crédito, oferecendo produtos de terceiros. No ano passado, decidiu que para produtos principais, como consignado, crédito pessoal, cartão e antecipação de FGTS, resolveu fazer dentro de casa.

Nesta estratégia, em outubro de 2023 lançou o empréstimo pessoal e antecipação de FGTS, e o consignado no começo de 2024. Em janeiro, migrou todos os cartões. Com estas mudanças e R$ 2,7 bilhões em novas originações, a carteira de crédito fechou o semestre em R$ 6 bilhões, alta de 62%.

“Novos produtos que estamos investindo nos últimos anos na pessoa física e na pessoa jurídica, como as maquinhas, começam a contribuir para o resultado”, disse Chedid. Antes, a maior contribuição era da carteira digital. Assim, a margem financeira líquida chegou a R$ 581 milhões no semestre, alta de 135%.

Em cartões, que antes eram oferecidos no marketplace, agora são feitos pelo próprio PicPay, que tem emitido 900 mil plásticos por mês, em média. Já na estratégia de adquirência, as maquininhas de cartões, foram movimentados (TPV, na sigla em inglês) R$ 17,4 bilhões, aumento de 35%.

Crédito

Chedid ressalta que o PicPay tem buscado equilibrar os créditos com garantia, como o consignado, com os sem garantia, como empréstimo pessoal, que é mais rentável. Ao final do primeiro semestre, 47% eram do primeiro caso e 53% do último.

A taxa de inadimplência, que tem sido monitorada de perto nos bancos digitais, fechou o semestre no PicPay em 3,94%, considerando atrasos de 15 a 90 dias. Segundo Chedid, o número está praticamente estável em relação ao final de 2023.

O banco não divulga as taxas de inadimplência acima de 90 dias, pelo fato de sua carteira de crédito ainda ser nova, e o número não espelhar a realidade, pois pouca gente tem empréstimos acima de 90 dias.